Por que estudar os Pais da Igreja nos dias de hoje? – A apologética cristã e a Bíblia no período patrístico

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1. Introdução

A palavra “apologética” é oriunda do termo jurídico “apologia”, que significa defender a si mesmo ou apresentar uma justificação formal para algo. No contexto do cristianismo, ela refere-se a um ramo do estudo teológico que desenvolve uma defesa racional acerca da validade do próprio cristianismo. Seja no contexto de um debate formal, uma conversa amigável ou um livro sobre a historicidade da Bíblia, a apologética pode ter um impacto profundo na forma como o cristianismo é percebido e compreendido. Em uma época onde muitos rapidamente descartam ou redefinem o cristianismo, a apologética sólida demonstra que a fé cristã é uma força intelectual verdadeira com a qual os críticos devem lidar.

A apologética também era uma das tarefas primárias dos Pais da Igreja Primitiva. Defendendo o cristianismo de heresias crescentes, expondo as doutrinas cristãs e os ensinos dos apóstolos, os Pais da Igreja como Irineu, Justino Mártir e Tertuliano eram instrumentais em ganhar terreno para o “novo” ambicioso movimento religioso conhecido como cristianismo. Os trabalhos apologéticos dos Pais da Igreja, embora às vezes difíceis, são inestimáveis e continuam a responder a críticas trazidas contra a Igreja hoje.

Uma das questões apologéticas mais comuns do cristianismo contemporâneo diz respeito ao papel da Escritura na metodologia apologética. Em conversas com não-crentes, muitos cristãos podem evitar fazer referências às Escrituras, achando que não são adequadas para uma estratégia apologética. Constroem argumentos externos e as vezes acabam, de certa forma, deixando a Bíblia “de lado”. Muito embora seja verdade que não-crentes não dão o mesmo valor às Escrituras que os cristãos, não há razão para evitar de mencioná-las em nossos argumentos. Ao contrário, a evidência da veracidade de textos bíblicos pode ser em si um argumento apologético. Sua veracidade está comprovada ao longo da história, suas narrativas estão demonstradas pela arqueologia e estão em consonância com registros de historiadores não-crentes. Hoje, muitas pessoas tratam a Bíblia como sendo um “livro religioso” genérico, ou seja, um livro interessante contendo alguns bons valores, mas que, de modo geral, não pode ser usado como referência. Presumem, dentre outras coisas, que a Bíblia não seja confiável devido a sua idade. A tendência do ceticismo e a falibilidade da interpretação têm se tornado fortes inquilinos do ambiente pós-moderno da igreja ocidental. Até mesmo os que se autodeclaram cristãos duvidam da autoridade da Bíblia, da validade do cânon, da confiabilidade dos manuscritos e da veracidade de vários autores bíblicos. Como resultado, muitos veem a Bíblia como uma fonte de histórias e lições morais, mas nada mais do que isto. Os Pais da Igreja não tinham a mesma perspectiva; para eles, referências bíblicas eram fundamentais para a sua apologética. Passar um tempo estudando a visão deles pode nos ajudar a corrigir a nossa tendência, e reforçar a confiança contemporânea cristã sobre a Bíblia, mostrando como fazer uma boa apologética com ela e demonstrando a autoridade amplamente presumida dos escritos do evangelho desde o período da antiguidade.

2. Irineu

A obra Demonstração da Pregação Apostólica, de Irineu, é uma das hermenêuticas bíblicas mais antigas já desenvolvidas. Dirigida a Marcião, ela teve como objetivo servir “não apenas à tua salvação, mas também à confutação daqueles que cultivam falsas opiniões, e a quem o quer conhecer, tu exporás com segurança o nosso ensinamento na sua integridade e pureza”.[1] O estudo da Escritura é aqui tratado como um componente necessário para se compreender Cristo e o evangelho, não apenas por conta da evidência que ela contém sobre sua identidade, mas porque a Escritura era geralmente vista como inspirada e, portanto, confiável.[2]

Nessa obra, Irineu se concentra em traçar conexões entre o Antigo Testamento e a vida de Jesus, demonstrando a variedade de profecias cumpridas pela sua encarnação, vida, morte e ressurreição. Jesus foi o cumprimento da promessa de Deus a Abraão de justificação pela fé; a Davi, de um rei eterno em sua linhagem; a Israel, de ser levantado como o tabernáculo de Davi por meio de sua ressurreição. Irineu indica páginas e páginas de profecias e referências a Cristo antes de sua encarnação, deixando o leitor impressionado com a meticulosidade de seu trabalho e com a verdade patente sobre Jesus ser o Messias prometido. O propósito dessas profecias, explica ele, “é a fim de que aqueles que servem a Deus na verdade tenham fé firme sobre elas”, de modo que, quando os eventos acontecessem, “conhecêssemos que era Deus”.[3] Ele defende fortemente a veracidade da Bíblia em uma declaração sumária profunda, mas simples: que o cumprimento das profecias evidencia a confiabilidade da Palavra que falou através dos profetas. A crença nela, então, é vista como “bem fundamentada”, e a crença no testemunho dos apóstolos é evidenciada como confiável.[4]

Jesus e, portanto, nossa salvação, é traçado ao longo de todas as Escrituras hebraicas, tendo se manifestado desde o início do tempo. Aqueles que viveram na época de Irineu tiveram o benefício adicional de estar próximos aos eventos relacionados à vida, morte e ressurreição de Jesus. Desta forma, a conexão entre as profecias e Cristo afirma a validade da própria Escritura, da mesma forma que prova a identidade de Jesus.

Irineu não trabalha somente com o Antigo Testamento; mesmo no segundo século, já se acreditava que os escritos dos apóstolos continham autoridade. Isso não foi, como alguns sugerem, algo que se desenvolveu por motivos políticos ao longo dos séculos. Ao contrário, em sua obra Contra as Heresias, um dos principais projetos de Irineu foi ajudar a estabelecer critérios para discernir quais escritos tinham autoridade divina.  Nessa obra, ele esclarece que “aduziremos as provas tiradas das Escrituras”[5], estabelecendo um exemplo para uma apologética fundada na Bíblia. Ele expressa a autoridade singular dos escritos dos apóstolos sobre outros escritos, declarando:

“Depois da ressurreição de nosso Senhor dos mortos, os apóstolos foram revestidos da força do alto, pela vinda do Espírito Santo, foram repletos de todos os dons e possuíram o conhecimento perfeito. Foi então que foram até as extremidades da terra anunciando a boa nova dos bens que Deus nos concede e a paz celeste para os homens: eles possuíam todos e cada um o Evangelho de Deus.” [6]

Ou seja, a linha ininterrupta de bispos que se seguiu depois de Paulo e Pedro pode servir como uma evidência da veracidade dos ensinamentos dentro da igreja. Ele cita a igreja como sendo um “depósito” fora da qual nenhuma verdade pode ser encontrada.[7] Não houve ensino secreto só para alguns (como os gnósticos ensinavam), mas a linha de ensino poderia ser claramente traçada até os apóstolos em si. Esses ensinos estavam integralmente vinculados a Jesus, em quem foram cumpridas inúmeras profecias do Antigo Testamento. Ao demonstrar como os escritos dos apóstolos estão ligados ao Antigo Testamento, Irineu solidifica seu trabalho de apologética contra falsos ensinos e ajuda a solidificar a catolicidade do cristianismo.

3. Justino

Justino Mártir é outro Pai da Igreja que trata as profecias cumpridas como evidências primárias para a veracidade dos textos bíblicos, bem como para a identidade de Jesus. Profecias tão antigas como as de Gênesis 49 se cumpriam e eram compreendidas somente por meio da encarnação de Jesus milhares de anos mais tarde. Justino traça paralelos específicos das profecias a eventos na vida de Jesus, de passagens de Isaías prevendo o nascimento de Jesus (o modo e o local) à natureza (física e espiritual) de sua crucificação.[8]

As numerosas conexões que Justino faz entre as profecias e os eventos não apenas sugerem que as Escrituras hebraicas são confiáveis, mas que Jesus é o próprio Messias tão aguardado. Os judeus não o reconheceram como tal porque não entenderam, “mesmo quando ele veio” e, ao invés disso, “odeiam a nós, que dizemos que ele de fato veio, e mostramos que, como fora profetizado, foi por eles crucificado.”[9] É nossa responsabilidade, então, reconhecer onde as palavras dos profetas têm autoridade – não que ela venha das próprias pessoas, mas da “Palavra Divina que as move.”[10]

Justino também desenvolveu uma apologética da encarnação. Havia uma divisão significativa dentro da igreja primitiva sobre a natureza de Cristo. Alguns se recusaram a aceitar que o Deus do universo poderia sofrer ou que ele sofreria. Para eles, o fato de Jesus sofrer na cruz insinuou que ele não era verdadeiramente Deus. Outros negaram que Deus pudesse assumir a carne humana. Em sua obra Sobre a Ressurreição, Justino defende o corpo como algo bom e criado à imagem de Deus – um argumento que se contrapõe à filosofia gnóstica, que situa a matéria como sendo inferior ao espírito. Desta forma, embora Cristo tenha se humilhado ao se fazer carne, ele não foi destruído por ela. Além disso, o fato de Cristo ter um corpo físico é crucial para qualquer esperança de nossa ressurreição, pois, como disse Paulo, “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação”, e “se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Justino acrescenta que, se Jesus não tivesse necessidade da carne, ele não teria razão para curá-la a ponto de poderosamente fazê-la ressuscitar dos mortos. O fato de ele ter sido levado ao céu em carne, demonstra que o céu não inviabiliza a possibilidade de seres materiais ou carnais.

4. Ambrósio, Cirilo, Crisóstomo, Josefo e Eusébio

Embora Justino tenha desenvolvido uma defesa para a humanidade de Jesus, outros Pais da Igreja dedicaram sua apologética à defesa da divindade de Jesus. Embora alguns afirmem que a ideia de Jesus como Deus tenha se penetrado na teologia ao longo do tempo, que “na época” só o viam como um profeta, nem a evidência bíblica ou histórica apoia isso. Ocorre, antes, o oposto, ou seja, movimentos que negavam a divindade de Cristo eram vistos desde o início como heréticos. O arianismo, o ebionismo, o sabelianismo e outras heresias cristológicas primitivas forçaram os Pais da Igreja a desenvolver uma posição robusta sobre a divindade de Cristo e a sua posição como Messias.

Ambrósio interpretou a referência de João Batista a Jesus como o Noivo em João 3 para indicar, muito claramente, que “somente Jesus é o marido da Igreja” e a “expectativa das nações”. Cirilo de Alexandria, por outro lado, enfatiza a afirmação de João de que Jesus está “acima de tudo”, argumentando a partir da lógica de que apenas uma coisa pode estar acima de tudo (um argumento emprestado da defesa do monoteísmo de Tertuliano).

Crisóstomo leva o argumento um passo adiante, sugerindo que João Batista “transfere a expressão da parábola para o assunto em questão; pois, depois de mencionar o noivo e a noiva, ele mostra como a noiva é trazida para casa, isto é, por uma ‘Voz’ e ensino.”[11] Ele argumenta que os tons soteriológicos dentro da passagem claramente identificam Jesus como o Cristo, o Messias, através de quem ocorrem salvação e redenção. “Desta forma, pois [por uma ‘voz’ e ensino], a Igreja é casada com Deus e, portanto, Paulo diz: “A fé vem pelo ouvir e o ouvir vem pela palavra de Deus”.[12]

Embora possa parecer inicialmente que os argumentos apologéticos da Escritura e do cumprimento da profecia são mais eficazes nos escritos dos Pais da Igreja que viram os eventos e o cumprimento das profecias ao seu redor, os cristãos contemporâneos também podem fazer bom uso desses métodos. Josefo e Eusébio foram historiadores notáveis ​​que forneceram informações extensas e confiáveis ​​sobre pessoas e eventos nos primeiros três séculos depois de Cristo. O estudo cuidadoso desses historiadores à luz das Escrituras demonstrará exatamente o que os Pais da Igreja Primitiva estavam vendo: o cumprimento contínuo de profecias com um alto grau de exatidão. Diante dessas profecias, também é difícil negar a identidade de Cristo como Messias.

5. Tertuliano

Outro conjunto relevante de trabalhos apologéticos importante para o estudo de cristãos contemporâneos são os escritos de Tertuliano, que eram extensos e variados. Em vez de usar o método apologético “prova da profecia”, como Irineu e Justino Mártir, Tertuliano expôs sua defesa da fé por meio da argumentação lógica. Conhecido por sua ardente sagacidade e fervor, Tertuliano foi descrito por Jerônimo como um homem “sempre em chamas (vir ardens)”.[13] Sua conversão ao cristianismo deu ênfase à sua natureza aparentemente apaixonada, resultando em seu ardente trabalho para o desenvolvimento da Igreja e em sua luta contra a heresia. Ele se lançou no estudo da Escritura, sem medo de interpretá-la de maneira independente, de acordo com o texto grego, em vez de confiar nas interpretações de outros.

Tendo em vista esse grau de paixão particular, não é de surpreender que Tertuliano também esteja associado à crescente admiração pelos mártires da igreja primitiva. Em Ad Martyres e em Apologeticum ele atribuiu aos mártires a mais alta honra e chamado dentre os cristãos, afirmando que “o sangue de um mártir é semente”, é um sangue que testifica o amor de Cristo melhor do que as palavras de qualquer sermão.[14]

Em sua obra Apologeticum, ele lutou contra “a suspeita pagã, contra a difamação e a sangrenta perseguição”.[15] Embora os mártires sejam grandemente abençoados, “ninguém sofre de bom grado”, em nome do próprio sofrimento. Pelo contrário, o desejo é sofrer “como se estivesse em guerra”.[16] O Apologeticum ataca o tratamento que o Estado dá à Igreja e o abuso do sistema legal, através do qual os cristãos estavam sendo perseguidos. Várias acusações estavam sendo feitas contra cristãos – a maioria das quais eram acusações de filiação, em vez de um crime diretamente cometido por aquele que estava sendo julgado. Táticas e rumores assustadores se espalharam dizendo que os cristãos eram ateus (recusando-se a acreditar nos deuses), canibais (por suas práticas eucarísticas de consumir corpo e sangue) e outras crenças mal interpretadas. Quando Tertuliano assumiu o projeto deste trabalho, ele usou adequadamente seu discurso bem estudado de tribunal, esclarecendo e definindo o cristianismo perante a corte, finalmente dando voz aos cristãos. [17]

Tertuliano também foi fundamental em sua oposição a Marcião e sua dicotomia entre o Antigo e o Novo Testamento. Como muitos hoje, Marcião traçou uma divisão nítida entre o Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento, indo tão longe a ponto de declará-los deuses completamente distintos. Ao aceitar o Novo Testamento e sua aparente ênfase no amor e na misericórdia, Marcião rejeitou o Antigo Testamento, declarando-o odioso. Tertuliano denuncia esses ensinamentos em seu trabalho, Adversus Marcionem. Ele argumenta que:

“A veracidade cristã tem afirmado decisivamente que, se Deus não é um só, ele não existe: porque é mais razoável admitir a inexistência daquilo que não existe da maneira que deveria existir. Se você sabe que Deus precisa ser apenas um, indague o que é Deus, e você não encontrará outra resposta.”[18]

Em outras palavras, Deus só pode ser Um, pois algo que é “supremamente grande” implicitamente não possui equivalentes. Vários argumentos semelhantes são apresentados, estabelecendo Deus como o Criador do mundo e de tudo que nele há. Ele afirma que, se existem dois deuses distintos, o Deus que salva o homem deve ser o mesmo Deus que fez o homem; caso contrário, o “novo Deus” não seria melhor do que um ladrão, e todos os que o adoram, idólatras. [19]

Tertuliano também respondeu à heresia monarquista, que descreveu Deus não como três pessoas distintas, mas como uma pessoa que aparece de três maneiras diferentes. Tertuliano é reconhecido por ter desenvolvido a linguagem que agora associamos à doutrina da Trindade, incluindo o termo trinitas.[20] Ocorreu, por meio desta discussão, uma mudança profunda na compreensão da natureza da realidade. Sabemos que os filósofos gregos desenvolveram a Grande Cadeia hierárquica do Ser para conciliar ou, pelo menos, categorizar Unidade e Diversidade. No entanto, Tertuliano articulou que Deus é simultaneamente unidade e diversidade.[21] Isso deu início a uma conversa que seria discutida e debatida pelos próximos cem anos, antes que a doutrina fosse finalmente estabelecida no Concílio de Niceia, em 325.

6. O benefício da apologética

Os efeitos da apologética cristã primitiva são claramente maiores do que simplesmente a oposição a outras crenças. Na verdade, as heresias e as discussões ajudaram a impulsionar o debate, levando os Pais da Igreja a expandir várias doutrinas que são extremamente relevantes nos dias de hoje. Se a Bíblia é, de fato, verdadeira, a vida de uma pessoa deveria ser radicalmente afetada por ela. O texto deixa clara a natureza da realidade e a posição do homem dentro dela. Embora existam áreas de debate hermenêutico, a mensagem abrangente é clara. Os escritos de Irineu, Justino Mártir e Tertuliano sobre a confiabilidade das Escrituras, a encarnação de Jesus e a natureza trinitária de Deus são fortes e desafiadores.

Em uma cultura ocidental pós-moderna que valoriza o ceticismo e a interpretação subjetiva, o “cristianismo” está perdendo seu significado como termo. Qualquer um pode se identificar como cristão, embora seu significado e compreensão deste termo possam variar entre um fundamentalista radical, um teísta vagamente religioso e moralista e um defensor de uma posição política específica. Considera-se culturalmente inadequado questionar a identidade religiosa de alguém e anátema sugerir que ela está errada em relação àquilo com o qual se identifica e àquilo que acredita de fato.

Além de sofrerem com uma grave falta de conhecimento da Bíblia e de sua confiabilidade, os cristãos, muitas vezes, têm medo de ir às Escrituras com perguntas difíceis – tanto perguntas de ordem apologética quanto perguntas de ordem pessoal. Mas a tarefa da apologética pode ser tão importante para o cristão quanto para aqueles com quem ele está conversando. Quanto mais pessoas recorrem à Bíblia como um recurso apologético, mais acabam estudando também a Palavra para seu benefício.[22] Como Irineu mencionou em sua carta a Marciano, espera-se que a apologética dê frutos na própria alma de uma pessoa, pois ela não se resume a argumentos.

Os Pais da Igreja (como Irineu e Justino Mártir) podem encorajar o cristão a não evitar a Bíblia no momento de fazer apologética, mas sim aproveitá-la, valendo-se de todos os seus recursos. Isso certamente ajudará o cristão a discernir doutrinas falsas e heresias – algo cada vez mais difícil em uma época de “fake news”, onde qualquer um pode compartilhar qualquer informação sem saber sua veracidade. À medida que seus olhos se abrem para as maneiras em que o Senhor continuamente se move por meio da Escritura, da história, dos Pais da Igreja, o cristão pode se encontrar profundamente encorajado. Cristãos contemporâneos não estão enfrentando o mundo sozinhos, há uma grande riqueza histórica presente em seus antecessores e há também recursos disponíveis que podem ajudar, ensinar, ou esclarecer as dúvidas com as quais se deparam. Além disso, têm a promessa e presença do Espírito Santo e a própria palavra de Deus em mãos. Não há o que temer.

Notas

[1] Irenaeus, Proof of the Apostolic Preaching. (Ancient Christian Writers series, trans. by Joseph P. Smith. Vol. 16. New York: Paulist Press, 1952), 64.

[2] Ferreira, Franklin and Alan Myatt. Teologia Sistemática. (São Paulo: Vida Nova, 2008), 90.

[3] Irenaeus, Proof of the Apostolic Preaching, 75.

[4] Irenaeus. Proof of the Apostolic Preaching, 100.

[5] Irenaeus.  Against Heresies. ANF III.1.1 (414)

[6] Ibid.

[7] Irenaeus. Against Heresies. ANF III.IV.I (416)

[8] Martyr, Justin. The First Apology. In A Select Library of the Ante-Nicene Fathers (edited by Philip Schaff, vol. 1. 1886. Reprint, Peabody, MA: Hendrickson, 1994), XXXIII.1 (174)

[9] Martyr, The First Apology. XXXVI (175).

[10] Ibid.

[11] Chrysostom. Homilies on the Gospel of John. In A Select Library of the Nicene and Post-Nicene Fathers. (edited by Philip Schaff, Series 1, vol. 14. 1886. Reprint, Peabody, MA: Hendrickson, 1994), 14:101

[12] Ibid.

[13] Campenhausen, Hans Von. Men Who Shaped the Western Church. (New York: Harper & Row Publishers, 1964), 6.

[14] Tertullian, Apologeticus, L

[15] Campenhausen, 11

[16] Tertullian, Apologeticus, L.

[17] Campenhausen 12

[18] Tertullian. Adversus Marcionem. 1.3. (9)

[19] Tertullian. Adversus Marcionem. 1.24 (65)

[20] Rusch, William G., ed. The Trinitarian Controversy. (Sources of Early Christian Thought. Philadelphia: Fortress Press, 1980), 10.

[21] Ferreira, 160.

[22] Is 55:10-11

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2 COMENTÁRIOS

  1. Excelente artigo, pois enfatiza a importância de conhecermos a história do cristianismo e dos pais da igreja juntamente com as verdades das sagradas escrituras,pois vivemos tempos trabalhosos, onde nossa fé e a todo tempo colocada em prova.

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