O número da Besta: um estudo introdutório em Apocalipse 13.16-18

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Introdução

A busca pela identificação da marca da Besta e pelo significado do seu número sempre foi uma constante na vida de muitos cristãos. Mas é possível identificar biblicamente esse personagem e esse número? Além disso, qual seria o verdadeiro número da Besta? Essa pergunta deve ser feita porque os manuscritos gregos do Novo Testamento apresentam variantes para esse número: 616; 646 e 665. Assim, qual desses números seria o número correto? Igualmente, podemos supor que a marca da Besta tem a ver com os microchips que estão sendo implantados em nossos dias?[1] Essas e outras perguntas serão respondidas por este artigo.

O livro do Apocalipse

 O Livro do Apocalipse é um dos livros da Bíblia que mais intriga os leitores modernos. Sua linguagem para muitos deles é simplesmente incognoscível. A dificuldade em compreendê-la não pode ser ignorada. Isso se dá por que o livro reflete um contexto distante do leitor moderno de pelo menos dois mil anos. Mas isso não quer dizer que sua leitura deva ser negligenciada em razão desse distanciamento sociocultural. Além disso, o livro não parece ter sido escrito em um sistema de criptografia impossível de se interpretar. Reconhece-se, contudo, que a obra tem suas complexidades e por isso tem sido uma fonte interminável de debates entre os estudiosos e um paraíso para os fanáticos.[2] Mas acredita-se que os leitores originais do livro não teriam sofrido muito para interpretar sua mensagem.[3] A bem da verdade, somos nós os leitores modernos que temos muita dificuldade em interpretar sua linguagem e seus símbolos: as muitas interpretações do livro desde o amanhecer da história cristã são um sinal evidente de que os comentaristas estão divididos quanto ao melhor modo de abordar a sua mensagem.[4] Mas de um modo geral o livro do Apocalipse é bem mais simples que os Evangelhos.[5] E isso é bom, pois ele é de todos os livros do Novo Testamento o que nos dá uma exposição mais detalhada e extensa sobre a “profecia”.[6]

Assim, antes de iniciarmos nosso brevíssimo estudo sobre o número da Besta, será necessário considerarmos rapidamente alguns aspectos estruturais e literários do livro do Apocalipse. Esse é um passo importante porque nenhum livro do Novo Testamento apresenta tantos problemas como o livro de Apocalipse.[7] Essas dificuldades dizem respeito a sua autoria; data; propósito, ambiente histórico; recepção no cânon do Novo Testamento etc.[8] Não sem razão, esse livro teve seu reconhecimento protelado nas igrejas do Oriente.[9] A autoria do livro também sempre esteve em disputa. Caio de Roma, por exemplo, atribuiu o livro ao gnóstico Cerinto, mas Hipólito defendeu a autoria do apóstolo João.[10] A disputa acerca do milenarismo levou Dionísio de Alexandria (terceiro século) a negar a paternidade do apóstolo João, embora tenha aceitado o livro como canônico.[11] Eusébio sugeriu um segundo João como seu autor.[12] E o Concílio de Laodiceia (360 d.C.) o omitiu, mas foi aceito no terceiro Concílio de Cartago (397 d.C).[13]

Contexto histórico

 O debate em torno do contexto histórico do livro de Apocalipse é amplo demais para ser abordado aqui. Mas podemos adiantar que o pano de fundo histórico do autor e leitores originais depende da data que se supõe que o livro foi escrito. No entanto, podemos pensar em um cenário onde o Império Romano estava apresentando (ou iria apresentar) algumas dificuldades para os cristãos. Daí a mensagem de encorajamento e de confiança que o livro transmite.[14]

Autoria

A autoria do livro tem sido muito debatida, mas alguns estudiosos estão certos que o livro foi escrito pelo apóstolo João.[15]

Data

O estabelecimento do contexto histórico dos leitores originais do livro de Apocalipse depende de fixarmos uma data para sua escrita. No entanto, não há um acordo entre os estudiosos acerca de quando o livro foi realmente escrito. Todavia uma tradição cristã da época de Irineu defende que o livro teria sido escrito na época do imperador Domiciano.[16]

Destinatários

Os leitores originais são identificados como habitantes da província romana da Ásia Menor (Apocalipse 1.4).

O estado do texto

Há somente cinco manuscritos unciais contendo o texto do Apocalipse. São eles: Alef, A, C, P, Q.[17] Desses, Alef pertence ao quarto século; A e C ao quinto; Q ao oitavo; e P ao nono século.[18] No entanto, somente Alef, A e Q (B2) estão completos; no manuscrito C faltam os seguintes versículos: 1.1;3.19-5.14; 7.14-17; 8.5-9.16;10.10-11.3; 14.13-18.2; 19.5-21. E no manuscrito P faltam os versos: 16.12-17.1; 19.21-20.9; 22.6-21.[19] Tanto o manuscrito C como o P são palimpsestos (manuscritos que foram raspados e reescritos).[20] Erasmo em sua tradução do Novo Testamento grego enfrentou o problema dos manuscritos incompletos traduzindo do latim os versos gregos faltosos. [21] Mas ao agir dessa forma acabou por contribuir para aumentar o número de variantes textuais do Apocalipse.[22] Segundo A.T. Robertson (citando Moffatt) nos 400 versículos do livro foram contadas mais de 1.600 variantes.[23]

O gênero

O livro de Apocalipse pertence ao gênero literário conhecido como “apocalíptico”.[24] Esse tipo de literatura se popularizou no período interbíblico e remete-se a livros como o de Daniel e a Assunção de Moisés, só para citarmos dois.[25] O termo designa tanto um tipo distinto de literatura judaica e cristã, como uma espécie de religião usualmente expressa nessa literatura.[26] Podemos afirmar que a apocalíptica judaica é produto de uma situação histórica distinta: a prometida salvação messiânica não aparecia; e em lugar do Reino de Deus, uma sucessão de reis pagãos governava o povo de Deus.[27] É nesse contexto de opressão e sofrimento que nasce a literatura apocalíptica. E obras como Jubileus e Apocalipse de Baruque (entre outras) surgem para provocar a esperança e a fé num futuro glorioso.[28]

A principal característica da literatura apocalíptica é que ela recorre a uma ou várias visões do passado, do presente e do futuro (real ou escatológico).[29] Essas visões são normalmente concedidas ao vidente pelo próprio Deus, mas mediada por um ou vários anjos.[30] Isso permite que o autor transmita novas profecias, sem temer por determinadas acusações.[31] Pela mesma razão, a maioria dos apocalipses judaicos apela para os nomes de grandes profetas como Moisés, Enoque, ou Isaías, não se sabendo quem de fato os escrevera.[32]

Apocalipse e sua interpretação

O livro do Apocalipse tem sido interpretado de muitas maneiras desde que veio à luz no final do primeiro século d.C. Algumas dessas interpretações procuraram a equivalência precisa entre todas as imagens e figuras que ocorrem no livro com determinados eventos históricos, resultando em uma longa tradição de interpretação “decodificação” na qual uma imagem é vista como tendo um significado particular.[33] Nesse caso, o intérprete assume que se o código é compreendido em sua totalidade, todo o livro do Apocalipse pode ser processado em uma ou em outra forma e seu significado interior desnudado.[34] Dessa maneira, são relacionadas algumas imagens do livro com certos personagens históricos ou determinado evento.[35] É nessa perspectiva que alguns intérpretes veem São Francisco como o anjo com o selo vivo em Apocalipse 7.2, e outros interpretam Apocalipse 9 como sendo uma descrição de ataques de mísseis balísticos sobre as cidades do mundo.[36]  Muitos também leem o Apocalipse acreditando que ele revela todo o futuro da história, desde os tempos do Novo Testamento até a consumação final.[37] Outros acham que o Apocalipse conta a história da apostasia da Igreja Católica Romana. Mas há também aqueles que não veem no livro algum valor permanente.[38] Nesse caso, o livro é encarado como um apanhado de primitivos mitos cristãos sem nenhum significado para os nossos dias.[39] Por fim, existem aqueles que buscam descobrir no livro de Apocalipse certos princípios sobre o modo como Deus lida com os homens ao longo dos séculos.[40]

Com essas breves, mas necessárias informações em tela, podemos agora partir para a explicação do tema proposta por este artigo.

 Apocalipse 13

Uma leitura originada quando um copista tentou ajustar o verbo “ἐστάθη” – “pôs-se em pé” com a primeira pessoa do verbo “εἶδον” – “vi” levou os antigos a pensar que Apocalipse 12.18 funcionava como uma introdução ao capítulo 13.[41] À parte dessa discussão, temos nesse capítulo o anúncio da manifestação de duas Bestas, uma subindo do mar (13.1) e outra emergindo da terra (13.11). G.K. Beale e Sean M. McDonough supõem que a descrição desses dois animais pode ter sido feita tendo em mente Jó 40 e 41.[42] Esses autores também acreditam que o material desse capítulo é uma reelaboração criativa de Daniel 7.1-7.[43] Acredita-se também que a unidade do livro parece ser reforçada pelo uso concentrado do substantivo grego “θηρίον” – “Besta” (que ocorre 16 vezes).[44]

As duas Bestas descritas nesse capítulo são agentes por meio dos quais Satanás leva a cabo sua guerra contra os crentes.[45] A primeira Besta que sai do mar é apresentada como um monstro com sete cabeças e características combinadas de outros animais. Ela é a encarnação dos poderes maus e atrai a admiração universal por atos que parecem ser benéficos.[46] A tarefa da segunda Besta é persuadir as pessoas de que o que elas veem na primeira Besta é admirável de modo que qualquer desvio ou contracultura deve ser considerado estranho, antissocial e, portanto, repudiado.[47] Assim, para alguns autores, em Apocalipse 13 temos um retrato gráfico da operação ideológica do Estado.[48] Também tem sido ressaltado que uma das Bestas está ligada a Daniel 7.[49] Certos detalhes sugerem que ela é uma combinação das quatro Bestas de Daniel 7: os “dez chifres” (v.1) a ligam à quarta Besta (Dn 7.7,8); ela é semelhante a um leopardo, como a terceira Besta (Dn 7.6); seus pés semelhante aos de urso lembram a segunda Besta (Dn 7.5); e sua boca semelhante à do leão a associa com a primeira Besta (Dn 7.4).[50] Enquanto Daniel 7 está interessado em quatro reis e reinos sucessivos (Dn 7.17.23), “Apocalipse 13 concentra-se em um grande reino, que é a culminação de todos os terrores dos anteriores”.[51]

 A Besta e os mitos pagãos

Adela Yarbro Collins reconheceu haver uma intertextualidade de Apocalipse 13 com Jó e Daniel, mas ressaltou que a estrutura narrativa desse capítulo apresenta algumas semelhanças com a narrativa de certos mitos cananeus.[52] Collins lembrou que “Yam” – “mar” (de onde a primeira Besta emerge) nos mitos cananeus representava uma divindade que vivia em conflito com Baal, o deus da tempestade e da fertilidade.[53] Também destacou que no Antigo Testamento o mar às vezes aparece como um oponente de Deus (Sl 74.13).[54] Assim, a associação da Besta com o mar a caracteriza como um símbolo mítico do caos e da rebelião.[55]

 A marca como paródia

Fulton J. Sheen certa vez afirmou: “o diabo é a imitação de Deus”.[56] Mas alguns autores traduziram “o diabo é o macaco de Deus”.[57] Uma imitação parece ser o que o autor do Apocalipse tem em mente quando descreve algumas passagens do livro. Por exemplo, o Apocalipse se refere repetidamente ao nome de Deus escrito na testa dos crentes (3.12,14; 22.4); e também fala de crentes sendo selados (Ap 7.3).[58] Assim, podemos supor que a marca da Besta seja uma imitação do selo divino: Deus sela os seus redimidos (Ap 7.3), mas o Diabo (o macaco, o imitador) marca os seus adoradores (Ap 13.16). Para Judge a marca da Besta pode ser concebida como a contrapartida visionária da tradição de um sinal público de compromisso com Deus.[59]

 Estigmas e marcas na antiguidade

O termo “marca ou sinal” em Apocalipse 13.16 é o substantivo (neutro) grego χάραγμα. Essa palavra pode indicar uma marca gravada ou uma imagem esculpida.[60]

Não era difícil encontrar pessoas com marcas ou tatuagens na antiguidade. As marcas podiam ser feitas por várias razões. Um devoto de Asclépio (na mitologia Greco-Romana, o deus da medicina e da cura) podia marcar seu próprio corpo com um sinal de devoção e de agradecimento.[61] Um seguidor de Cybele e Attis podia ser “selado” com tatuagens.[62] Um motorista de carruagem bizantina podia ter a testa tatuada com uma cruz.[63]  Os escravos fugitivos podiam ser marcados na testa como penalidade.[64]Mas os cristãos (coptas/ Egito) também marcavam seus corpos com tatuagens.[65] Marcas também poderiam ser impressas como uma exigência. Por exemplo, supõe-se que em algumas cidades da Ásia Menor para se ter acesso ao tribunal a pessoa deveria receber previamente uma marca.[66] Acredita-se que na cidade de Éfeso no tempo do imperador Domiciano a entrada ao mercado só era liberada para aqueles que mostrassem uma marca.[67] Aqueles que fossem fazer compras ou negociar mercadorias eram obrigados (antes de entrar no mercado) a oferecer um sacrifício ao imperador. [68] Uma marca em tinta no pulso ou na testa era feita como sinal de que a obrigação foi cumprida. [69] A pessoa com a marca teria acesso liberado ao mercado: poderia comprar e vender.[70] Porém, não temos certeza se tal obrigação realmente existiu.[71] No entanto, sabemos que o culto a César havia se tornado obrigatório para todo cidadão romano na época de Domiciano:[72] em cada província havia funcionários e sacerdotes para administrar esse culto. Segundo William Barclay, a pessoa depois que rendia seu culto anual ao imperador podia solicitar um certificado como prova disso.[73] O texto do pedido e do certificado constava o seguinte:[74]

Aos que foram designados para presidir os sacrifícios, de parte do Inares Aqueo, da localidade do Teoxenis, junto com seus filhos Aias e Fira, aqueles que vivem na localidade de Teladelfia. Sempre oferecemos sacrifícios aos deuses e agora, em sua presença e segundo as normas vigentes, oferecemos sacrifícios e libações e provado as coisas sagradas e lhes solicitamos que nos deem um certificado no qual conste que cumprimos.

O texto do certificado dizia: “nós, os representantes do Imperador, Sereno e Hermas, os vimos oferecer sacrifício”.[75] Mas esse certificado seria a marca da Besta? Não podemos responder a essa pergunta. Todavia para alguns autores a adoração da imagem da Besta (13.14) tem sido associada à promoção do culto imperial romano, que foi particularmente difundido na área das igrejas mencionadas no Apocalipse.[76] Christopher Rowland, por exemplo, afirmou que essa adoração não poderia ser praticada em privado, pois os adoradores receberiam uma marca na mão ou na testa.[77] Além disso, consequências públicas, sociais e econômicas seriam impostas aos que se recusassem adorar a Besta: sem o nome da Besta ou o número de seu nome, torna-se impossível comprar ou vender.[78]

A gematria e o número da Besta

Desde o bispo Vitorino de Pettau que sofreu martírio sob Diocleciano (303 a.D) a equivalência entre letras e números tem sido estudada na tentativa de elucidar o enigmático número 666.[79] Muitos autores continuaram acreditando que a gematria forneceria as chaves para o entendimento do significado do número da Besta.[80]

Mas o que é a gematria? É um método hermenêutico que analisa cada letra pelo seu equivalente numérico. Gematria faz parte de uma tradição judaica que se remete à interpretação talmúdica do Tanach através do Baraita de 32 regras.[81] Não é, no entanto, uma prática estritamente judaica. Pelo contrário, os babilônios e os gnósticos da era cristã primitiva usavam o conceito de gematria, bem como os intérpretes de sonhos na Grécia helenística.[82] Um exemplo de uso não bíblico da gematria é Sargão II, o rei assírio, que construiu uma muralha próxima a Khorsabad de 16.283 côvados de comprimento para coincidir com o valor numérico de seu nome.[83] Gershom Scholem, estudioso cabalístico do século 20 supôs que a ascensão da gematria judaica teria ocorrido do uso de letras gregas na época do Segundo Templo.[84]

Segundo a hermenêutica da gematria o número 666 apontava para o imperador romano Nero. O nome “Caesar Neron” escrito em letras hebraicas (נרון קסר) equivale a 666.[85]No entanto, se o num sofit (a letra N(ene) no final de uma palavra em hebraico) for omitido (נרו קסר) temos então o número 616.[86] Além disso, o nome “Nero Caesar” escrito em latim equivale ao número 616. O problema é que temos mais dois números sugeridos em manuscritos gregos como sendo o número da Besta, são eles o número 646 e o número 665.

Variantes textuais e o número da Besta

O crítico textual (e um dos maiores colecionadores de manuscritos gregos do livro de Apocalipse) H.C. Hoskier comentou certa vez que o estudo textual deve sempre ser o precursor de qualquer interpretação.[87] Assim, um passo importante em direção ao entendimento do número da Besta será verificar a ocorrência e estabilidade dessa leitura nos manuscritos gregos que chegaram até nós. Ao iniciar essa pesquisa descobrimos que alguns manuscritos antigos apresentam variantes textuais para esse número. Por exemplo, no manuscrito C e em alguns manuscritos que Irineu (segundo século) e Ticônio (quarto século) conheciam, o número da Besta era 616.[88] Nesses manuscritos em lugar do numeral grego sessenta (ἑξήκοντα) ocorria o numeral dez (δέκα), assim 616 em lugar de 666.[89] Também na oitava edição do Novum Testamentum Graece de Tischendorf o número 616 é apresentado em dois manuscritos minúsculos.[90] No aparato crítico de O Novo Testamento Grego – Quarta edição Revisada – conhecemos outras variantes textuais do número da Besta, como veremos a seguir.

A) έξήκοντα ἕξ (sessenta e seis= 666) ocorre nos seguintes manuscritos: p47 א A 051 205 209 1006 1611 1841 2052 2329 2351 2377 Biz[P 046] itgig  vg sirfi,h copsa,bo arm eti Irineu Hipólito André; Vitorino-Pettau Gregório-Elvira Primásio Beato.[91]

B) ἑξήκοντα πέντε (sessenta e cinco= 665) ocorre em um manuscrito minúsculo, o 2344.[92]

C) τεσσαράκοντα ἕξ (quarenta e seis= 646) aparece no manuscrito itar .[93]

D) δέκα ἕξ (dezesseis= 616) ocorre nos seguintes manuscritos: p115 (χῖς) C vgms mssIrineu; Cesário.[94] Essa variante possivelmente poderia se referir a “Caio” César (o louco Calígula) ou então a “Nero César”.[95]

O manuscrito (p115) é um texto fragmentário do livro de Apocalipse publicado como Oxyrhynchus papyrus 4499. Ele consiste em 26 fragmentos de nove páginas diferentes, segundo Metzger e Ehrman é impossível saber se o manuscrito original incluía outros textos junto com o Apocalipse.[96] Esse manuscrito pode ser paleograficamente datado do final do terceiro ou do início do quarto século, e, é uma das mais antigas testemunhas do livro de Apocalipse, “um pouco mais antiga que o Codex Sinaiticus, mas não tão antiga quanto o manuscrito (p47)”.[97] Outra característica interessante desse manuscrito é que ele apresenta o número 616 como sendo o número da Besta. Mas qual dessas variantes apresentadas acima tem mais chance de ser a original? Acredita-se que aquela que afirma que o número da Besta é 666. O testemunho de Irineu parece favorecer esse número, além disso, ele é “atestado pelas boas e antigas cópias e por aqueles que tinham conhecido João pessoalmente”.[98]

O número da imperfeição

Segundo William Milligan, o número seis despertava um sentimento de medo entre os judeus.[99] Isso porque indicava a incapacidade de alcançar o ponto sagrado.[100] Sua repetição (6 três vezes) significava mais que uma queda do número de perfeição: sete.[101] Nessa perspectiva, a Besta parece estar próxima da perfeição, mas, o que a falta, a torna diabólica e absolutamente oposta a Deus.[102] Seu número é três vezes aquém da perfeição.[103] Porém, como ela tem a aparência da verdade, pode facilmente enganar.[104]

O latim é o número da Besta

Irineu interpretou o número 666 seguindo o mesmo ponto de vista da gematria, assim para ele:[105]

….O primeiro governante romano foi Latinus. Seu nome escrito em grego é Lateinos. Letras gregas são numerais, cada letra representando certo número. Assim: L-a-t-e-i-n-o-s. Essas letras gregas quando usadas como numerais são iguais para os números opostos e seu total adicionado é 666. Aqui, então, é o número da besta e é o número de um homem, e é 666. A marca da besta, então, é a palavra “latim”.

Vamos explicar melhor! Naquela época o latim era a língua mais importante tanto do mundo civil quanto do mundo religioso.[106] Assim, o que se tem em mente aqui é o império latino papal.[107] No entanto, segundo David Brady, o próprio Irineu abandonou essa tese em favor de um novo argumento baseado no termo “teitan”.[108] Brady lembrou que a nota marginal de Apocalipse 13.18 na Bíblia de Genebra (de 1560) faz menção a esse mesmo nome e ressaltou a preferência do papa pela língua latina e seu desprezo pelo hebraico e o grego.[109] O autor também lembrou que em defesa dessa interpretação Napier argumentou que João escreveu para uma audiência grega que estava acostumada a prática de números sendo substituídos por nomes.[110] Brady ainda ressaltou:[111]

Brightman acrescenta uma nota que ocorre com bastante frequência, comentando que homens importantes, como imperadores, reis e magistrados, recebem a marca da besta na mão direita, isto é, lutam como soldados da besta; as pessoas comuns, por outro lado, carregam sua marca na testa, manifestando assim sua vassalagem à besta. O “número do nome”, escreve ele, está gravado particularmente nos gregos, já que no ano de 1273 d.C, Miguel VIII Paleólogo fez um pacto especial com Gregório X em Lião, desde que ele e seu povo dariam a honra do principado ao papa latino; somente nestes termos eles receberam o reconhecimento da jurisdição papal.

Embora poucos estudiosos rejeitassem alguns pontos da tese de Irineu, mantiveram que a interpretação baseada no termo “lateinos” fosse a mais adequada.[112] Mas outros estudiosos rejeitaram essa interpretação.[113] Para Nathaniel Stephens, por exemplo, a descrição da Besta sob as letras “χξς” (a notação alfabética grega para 600, 60 e 6, onde a terceira letra não é sigma final, mas a ligadura stau ou estigma, combinando σ e τ) é figurativa da mesma forma que a descrição de Deus como Alfa e Ômega em Apocalipse 1. 8 é figurativa, “ambos descrevendo não um nome literal, mas um atributo, e ambos fazem referência ao elemento tempo”.[114] Assim, “o Reino de Cristo é um Reino eterno, enquanto os reinos dos homens, descritos através da linguagem simbólica dos quatro animais de Daniel, são reinos finitos, todos chegando ao fim”.[115]

Conclusão

Vitorino, um dos primeiros comentaristas do livro de Apocalipse, acreditava que o capítulo 13 descrevia acontecimentos da época dos destinatários originais do livro.[116] Mas o leitor deve refletir muito bem antes de abraçar ou dar crédito a qualquer interpretação dogmática desse capítulo.[117] Também deve cuidar para não fazer qualquer associação direta e inequívoca entre a Besta e qualquer personagem histórico. Isso porque toda a tensão do capítulo proíbe a suposição de que o significado do nome se esgota em um único indivíduo.[118] Entretanto, não estamos proibidos de supor que Nero, Domiciano ou qualquer outro perseguidor da igreja agiram no mesmo espírito da Besta. Também podemos conjecturar que os “muitos anticristos” conhecidos na história podem ter sidos os precursores de um Anticristo ainda mais terrível que está para se manifestar; mas que o Nosso Senhor Jesus o matará com o sopro da sua boca, e o aniquilará pela manifestação da sua vinda.[119]

Igualmente acreditamos ser um equívoco interpretar literalmente o número da Besta. O livro do Apocalipse emprega linguagem altamente simbólica para descrever Deus, Jesus, o Diabo, o novo céu e a nova terra, e é assim até mesmo quando descreve os dois agentes do inferno: a Besta que sobe do mar e a Besta que emerge da terra. Aliás, quando o Apocalipse fala dessas duas Bestas é de animais que ele está falando? Claro que não! Assim, então, por que deveríamos interpretar a marca da Besta como literal? A resposta deste autor sobre essa questão, é que assim como o selo dos redimidos (Ap 7.3) representa um compromisso com Deus, a marca da Besta representa um compromisso com o Diabo e o anticristo.

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[1]Na Suécia, milagres de pessoas já usam microchips sob a pele, para mais detalhes ver: Época negócios. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/05/na-suecia-3-mil-pessoas-ja-usam-microchips-sob-pele-e-nao-temem-consequencias.html> Acessado em:18/06/2019. Ver também: BLASCO, Lucia. Como funcionam os microchips implantados sob a pele que permitem pagar sem dinheiro ou cartão. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-46408032> Acessado em: 18/06/2019.

[2] Para mais detalhes ver: CARVALHO, Adriano da Silva. Novo Testamento: da crítica da forma à história do Cânon. Editora Reflexão, 2018. p.8.

[3] CARVALHO, Adriano da Silva. Novo Testamento: da crítica da forma à história do Cânon. Editora Reflexão, 2018. p.8-9.

[4] Ibid. p.9.

[5] Ibid. p.9.

[6] Ibid. p.9

[7] ROBERTSON, A.T. Comentario al Texto Griego del Nuevo Testamento (obra completa  6 tomos en 1). Editorial Clie,2003.p.659.

[8] Ibid.p.659.

[9] ROBERTSON, A.T. Comentario al Texto Griego del Nuevo Testamento (obra completa  6 tomos en 1). Editorial Clie,2003.p.659.

[10] Ibid.p.659.

[11] Ibid.p.659.

[12] Ibid.p.659.

[13] Ibid.p.659.

[14] OSBORNE, Grant R. Apocalipse: comentário exegético. Editora Vida Nova, 2014.p.11-13.

[15] ROBERTSON, A.T. Comentario al Texto Griego del Nuevo Testamento (obra completa  6 tomos en 1). Editorial Clie,2003.p.659-660. Ver também: OSBORNE, Grant R. Apocalipse: comentário exegético. Editora Vida Nova, 2014.p.2-6.

[16] Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse: comentário exegético. Editora Vida Nova, 2014.p.6-11.

[17] ROBERTSON, A.T. Comentario al Texto Griego del Nuevo Testamento (obra completa  6 tomos en 1). Editorial Clie,2003.p.659.

[18] Ibid.p.659.

[19] Ibid.p.659.

[20] ROBERTSON, A.T. Comentario al Texto Griego del Nuevo Testamento (obra completa  6 tomos en 1). Editorial Clie,2003.p.659.

[21] Ibid.p.659.

[22] Ibid.p.659.

[23] Ibid.p.659.

[24] Cf. CARVALHO, Adriano da Silva. Novo Testamento: da crítica da forma à história do Cânon. Editora Reflexão, 2018. p.7.

[25] Ibid. p.7.

[26] Ibid. p.7.

[27] Ibid. p.7.

[28] Ibid. p.7.

[29] Ibid. p.11.

[30] Ibid. p.11.

[31] Ibid. p.11.

[32]  Ibid.p.11.

[33] Ibid. p.13.

[34] Ibid. p.13.

[35] CARVALHO, Adriano da Silva. Novo Testamento: da crítica da forma à história do Cânon. Editora Reflexão, 2018. p.13.

[36] Ibid. p.13.

[37]  Ibid.p.13.

[38] Ibid. p.13.

[39]  Ibid.p.13-14.

[40] CARVALHO, Adriano da Silva. Novo Testamento: da crítica da forma à história do Cânon. Editora Reflexão, 2018. p.14.  Para saber mais sobre as abordagens do Apocalipse (historicista;  preterista; futurista; idealistas e outras) ver: DEFRANCISCO, James. Various Views on the Book of Revelation. Disponível em:<https://www.academia.edu/5260420/Various_Views_on_the_Book_of_Revelation> Acessado em:18/06/2019.

[41] METZGER, Bruce M. Un Comentario Textual al Nuevo Testamento Griego.SBU,2006.p.667. Em Português ver: OMANSON, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento.SBB,2010. p.557. Ver também: OSBORNE, Grant R. Apocalipse: comentário exegético. Editora Vida Nova, 2014.p.549.

[42] BEALE, G.K.; CARSON, D.A. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. Editora Vida Nova,2014.p.1371.

[43] BEALE, G.K.; CARSON, D.A. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. Editora Vida Nova,2014.p.1372. Ver também: FRUCHTENBAUM, Arnold. The use of the Old Testament in the book of Revelation. Disponível em<https://pdfs.semanticscholar.org/8e7f/382029dd1f7b76ab573cd612e5e10595252a.pdf> Acessado em:17/06/2019.

[44] LEE, Michelle V. A call to martyrdom: function as method and message in Revalation. Novum Testamentum Vol. 40, Fasc.2, 1998.p.178.

[45] MOUNCE, Robert. Comentario al libro del Apocalipsis.Editorial Clie, 2007.p.338.

[46] ROWLAND, Christopher. Reading the Apocalypse.The Way, [s. l.], v. 39, n. 4, 1999.p.355.

[47] Ibid.p.356.

[48] Ibid.p.355.

[49] BROWN, Raymond E.; FITZMYER, Joseph A.; MURPHY, Roland E. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo: Novo Testamento e artigos sistemáticos. Academia Cristã e Paulus, 2011.p.859.

[50] Ibid.p.859.

[51] Ibid.p.859.

[52] Ibid.p.859.

[53] Ibid.p.859.

[54] Ibid.p.859.

[55] Ibid.p.859.

[56] SHEEN, Fulton J. El Comunismo y la Conciencia Occidental.Espasa Calpe, 1961. p.24.

[57] Cf. A fumaça de Satanás na igreja. Disponível em:<https://www.armazemcatolico.com/dvd-a-fumaca-de-satanas-dentro-na-igreja-pr-9172-103175.htm> Acessado em:19/06/2019.

[58] Segundo Edwin Judge isso pode ter relação como Êxodo 28.36-38 e a lâmina de ouro puro do turbante de Aarão que tinha gravada “Santidade ao Senhor”. Ele vê semelhanças com Daniel 28.10; Isaías 43.7,63 e Tiago 2.7.[58] O autor também ressaltou que em Ezequiel 9.2-6 um homem vestido de linho colocou na testa daqueles que deveriam ser poupados uma marca, para mais detalhes, ver: JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.158.

[59] JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.158.

[60] Cf. GREEN, Jay P.; WIGRAM, George V.  The New Englishman’s Greek Concordance and Lexicon. Associated Publishers & Authors, INC, 1982.p.913. Ver também: ROBINSON, Edward. Léxico Grego do Novo Testamento, CPAD, 2012.p.979.

[61] JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.158-159.

[62] JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.160.

[63] Ibid.p.160.

[64] Ibid.p.160.

[65]Cf. JOHNSON, Jennifer A. Tattoos of the Cross. Disponível em:<https://www.christianitytoday.com/history/2009/march/tattoos-of-cross.html> Acessado em: 15/06/2019.  A tatuagem dos coptas geralmente consistia de três linhas, três pontos e dois elementos. Era assim porque o número três representava a trindade, ver :TASSIE, Geoffrey J. Identifying the practice of Tattooing in Ancient Egypt and Nubia. Institute of Archaeology 14, 2003. p.87.

[66]  JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.158-159.

[67] Ibid.p.159-160. Sobre o templo dedicado ao imperador ver: CUKROWSKI, Kenneth. The influence of the Emperor cult on the book of Revelation.Disponível em:<https://pdfs.semanticscholar.org/4cf1/83bac15232879f2dbd09d559c7364ab383cd.pdf> Acessado em:15/06/2019.

[68] JUDGE, Edwin A. The Mark of the Beast, Revelation 13.16. Tyndale Bulletin 42.1 (1991).p.160.

[69] Ibid.p.160.

[70] Ibid.p.160.

[71] Parece que estamos aqui no campo das conjecturas.

[72] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. [s.l; s.n.; s.d.].p.317. Disponível para consultar em:<https://pt.scribd.com/document/344641961/COMENTARIO-WILLIAM-BARCLAY-NOVO-TESTAMENTO-COMPLETO-pdf>Acessado em:16/06/2019.

[73] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. [s.l; s.n.; s.d.].p.317. Disponível para consultar em:<https://pt.scribd.com/document/344641961/COMENTARIO-WILLIAM-BARCLAY-NOVO-TESTAMENTO-COMPLETO-pdf>Acessado em:16/06/2019.

[74] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. [s.l; s.n.; s.d.].p.317. Disponível para consultar em:<https://pt.scribd.com/document/344641961/COMENTARIO-WILLIAM-BARCLAY-NOVO-TESTAMENTO-COMPLETO-pdf>Acessado em:16/06/2019.

[75] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. [s.l; s.n.; s.d.].p.317. Disponível para consultar em:<https://pt.scribd.com/document/344641961/COMENTARIO-WILLIAM-BARCLAY-NOVO-TESTAMENTO-COMPLETO-pdf>Acessado em:16/06/2019.

[76] ROWLAND, Christopher. Reading the Apocalypse.The Way, [s. l.], v. 39, n. 4, 1999.p.354.

[77] Ibid.p.354.

[78] Ibid.p.354.

[79] Sobre o martírio de Vitorino e o fato dele ter sido um dos primeiros comentaristas do livro do Apocalipse ver: BRUCE, F.F. The Earliest latin Commentary on the Apocalypse. The Evangelical Quarterly 10, 1938.p.352-366. Partes do comentário de Vitorino está acessível online, ver: VICTORINUS. Fathers of the Church. Commentary on the Apocalypse.Disponível em<http://www.newadvent.org/fathers/0712.htm>Acessado em:17/06/2019.

[80] OSBORNE, Grant R. Apocalipse: comentário exegético. Editora Vida Nova, 2014.p.581-582.

[81] PIVIK, Brian. Gematria and Tanakh.© 2011 Brian Pivik. All rights reserved.p.3.

[82] Ibid.p.3.

[83] Ibid.p.3.

[84] Ibid.p.3.

[85] METZGER, Bruce M.; EHRMAN, Bart D. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (Fourth Edition). Oxford University Press, 2005. p.61. Ver também: METZGER, Bruce M. Un Comentario Textual al Nuevo Testamento Griego.SBU,2006.p.670. Em Português ver: OMANSON, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento.SBB,2010. p.561. Ver também: ROWLAND, Christopher. Reading the Apocalypse.The Way, [s. l.], v. 39, n. 4, 1999.p.355.

[86] METZGER, Bruce M.; EHRMAN, Bart D. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (Fourth Edition). Oxford University Press, 2005. p.61.

[87] HOSKIER, H. C. Corcerning the Text of the Apocalypse: collations of all existing available Greek documents with the standard text of stephen’s third edition (Vol. I). Londres: Bernard Quaritch, LTD, 1929.p.ix.

[88] METZGER, Bruce M. Un Comentario Textual al Nuevo Testamento Griego.SBU,2006.p.670.

[89] Ibid.p.670.

[90] Ibid.p.670.

[91] O Novo Testamento Grego – Quarta edição Revisada. SBA/SBB, 2008.p.723.

[92] O Novo Testamento Grego – Quarta edição Revisada. SBA/SBB, 2008.p.723. Esse manuscrito (códice) é datado do século XI e atualmente está na Biblioteca Nacional de Paris. Ele contém o livro de Atos; epístolas católicas; epístolas paulinas e o livro do Apocalipse, ver: METZGER, Bruce M.; EHRMAN, Bart D. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (Fourth Edition). Oxford University Press, 2005. p.92.

[93] O Novo Testamento Grego – Quarta edição Revisada. SBA/SBB, 2008.p.723.

[94] Ibid.p.723.

[95] GUTHRIE, Donald. New Testament Introduction. Intervarsity Press -4th ed. 1990.[n.p].

[96] METZGER, Bruce M.; EHRMAN, Bart D. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (Fourth Edition). Oxford University Press, 2005. p.61.

[97] METZGER, Bruce M.; EHRMAN, Bart D. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (Fourth Edition). Oxford University Press, 2005. p.61.

[98] METZGER, Bruce M. Un Comentario Textual al Nuevo Testamento Griego.SBU,2006.p.670. Em português ver: OMANSON, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento.SBB,2010. p.561.

[99] MILLIGAN, William. The Expositor’s Bible: The book of Revelation. Hodder & Stoughton.(s.d).p.235

[100] Ibid.p.235

[101] ROWLAND, Christopher. Reading the Apocalypse.The Way, [s. l.], v. 39, n. 4, 1999.p.355.

[102] Ibid.p.355.

[103] Ibid.p.355.

[104] Ibid.p.355.

[105] CARROL, B.H. An Interpretation of the English Bible: the book of Revelation. Fleming H. Revell Company, 1913.p.189.

[106] CARROL, B.H. An Interpretation of the English Bible: the book of Revelation. Fleming H. Revell Company, 1913.p.189.

[107] Ibid.p.189-190.

[108] BRADY, David. The Number of the Beast in Seventeenth and Eighteenth Century England. The Evangelical Quartely. [s.d.].p.220. Esse é um excelente artigo que apresenta como o número da Besta foi interpretado em épocas específicas.

[109]  Ibid.p.220.

[110] Ibid.p.221.

[111] Ibid.p.221.

[112] BRADY, David. The Number of the Beast in Seventeenth and Eighteenth Century England. The Evangelical Quartely. p.221.

[113] Ibid.p.223-224.

[114] Apud em: BRADY, David. The Number of the Beast in Seventeenth and Eighteenth Century England. The Evangelical Quartely. p.225.

[115] Ibid.p.225.

[116]Cf. VICTORINUS. Commentary on the Apocalypse. Disponível em:<https://www.preteristarchive.com/0260_victorinus_apocalypse/>Acessado em:17/06/2019.

[117] Cf. BRADY, David. The Number of the Beast in Seventeenth and Eighteenth Century England. The Evangelical Quartely. p.238-240.

[118] MILLIGAN, William. The Expositor’s Bible: The book of Revelation. Hodder & Stoughton.(s.d).p.236.

[119] Ibid.p.236-237.

4 COMENTÁRIOS

  1. O problema do Apocalipse é o modelo de escatologia adotado para sua interpretação. Acreditar que o livro se refere a profecias futuras, eventos que ainda vão acontecer, ou seja, adotar o futurismo como base para interpretação do AP somente nos trará dores de cabeça, polêmicas e discordâncias. É tudo tão simples: basta uma ligeira lida em Josefo para compreendermos que Apocalipse é um livro de profecias já cumpridas. Longe de narrar o fim do mundo, como um roteiro de filme de terror, o livro nos fala de duas coisas: uma é a descrição dos 3 anos e meio de conflitos entre Israel e Roma, que resultou na destruição de Jerusalém em 70 d.C. Ou seja, uma guerra medonha, que destruiu Jerusalém e o templo de Herodes. Outra são os bastidores espirituais daquela guerra. Entendido isso, o Apocalipse deixa de nos assombrar, o número da besta (Nero) deixa de ser um mistério, e a Igreja poderia seguir sua caminhada sem se preocupar com as teorias ridículas de governante mundial, de grande tribulação e outros eventos que mais parecem filme de terror. Tudo está cumprido. Em linguagem figurada, o Apocalipse nos fala que algo que já aconteceu, mas que interessava muito à Igreja da época, pois era o cumprimentos das profecias de Daniel, Ezequiel, Jesus (Mt 240). Não precisamos temer um mundo cada vez pior, pois somos a Igreja, o reino de Deus. Tudo está cumprido.

    • Caro Hudson, concordo contigo em uma aplicação temporal e imediata. Mas entendo que as profecias bíblicas (a grande maioria) tem aplicação dupla – a primeira temporal e imediata (ou histórica se preferir) e a segunda profética.
      O que quero dizer: Isaías previu no famoso “a virgem conceberá…” – Is 7:14 – o livramento do povo à época do profeta, cumpprido naquela mesma época. Mas Mateus usa liberalmente esse versículo para o nascimento de Jesus (Mt 1:23). E assim com tantos outros….
      Eu sugeriria que mantivéssemos coração e mente abertos ao Espírito, que não nos limitemos à nossa mente, que reconhecemos ser limitada e muitas vezes enganosa.
      abraço, paz.

    • O apocalipse fala sobre a segunda vinda de Cristo, tempos de paz. Uma nova Jerusalém. O fim das guerras, da fome e da miséria. Isso nunca aconteceu.

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