Por ti, ó Deus, suspira a minha alma…

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Nem todas as pessoas podem fazer tal declaração. Antes de alguém buscar a Deus, Deus tem que buscá-lo primeiro. Para se ter uma ideia correta a respeito de Deus, deve-se antes receber Seu toque. É exatamente isto que Jesus diz: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6:44). Deus é quem põe em nós o desejo de buscá-lo. Neste sentido, o mérito de nos achegarmos a Deus é do próprio Deus, pois Ele é o agente que nos conduz a Cristo.

A pessoa que recebe este toque responde como o salmista: “Assim como a corça anseia pelas águas correntes, também minha alma anseia por ti, ó Deus! Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e verei a face de Deus?” (Sl 42). É o desejo profundo da alma.

Estamos de fato conhecendo o verdadeiro de Deus? Há mudanças na estrutura moral dos “convertidos”? A velha natureza de fato está sendo mortificada? É possível estar em Cristo sem amar a Cristo? O homem que não tem fome nem sede de Deus pode estar salvo?

Estamos constantemente correndo o risco de perder Deus de vista no próprio cristianismo. Deus é uma pessoa e por isso, devemos cultivar nossa comunhão com Ele. Lembre-se que ninguém pode conhecer por meio de apenas um encontro. Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste”.

Deus é uma pessoa que pensa, deseja, alegra e ama. Deus se relaciona conosco em nossa mente, vontade e emoções. Esta é uma experiência consciente. Não deve ser compreendido como algo subconsciente, sem a participação da alma. Neste sentido, ninguém fica fora de si, ao contrário, tem consciência de quem é o Criador.

Os que tem a nova vida, recebem a capacidade de conhecê-lo. O Espírito nos deu novidade de vida, sem a qual não podemos ver o reino de Deus. Este é o começo a partir do qual nosso coração inicia o caminho da busca, penetrando nas infinitas riquezas de Deus, nos mistérios da Trindade.

É certo que estamos diante de um paradoxo, a saber, ter um encontro pessoal com o Senhor e ao mesmo tempo continuar a buscá-lo. Esta é a atitude daquele que ama a Deus. Este é o desejo mais profundo pela presença de Deus. A ausência desta atitude constante gera um baixo nível espiritual, leva a uma vida cristã travada, estagnada, infrutífera e uma crescente falta de uma sede maior de comunhão com Deus.

Ausência de conhecimento de Deus é inimigo mortal do crescimento cristão. Ele espera que o procuremos. Porém, não o encontraremos em meras exteriorizações religiosas. Assim, deixemos de lado toda tentativa de impressioná-lo e ir a Ele com o coração simpleste, focado e confiante. Foi para isto que Ele nos trouxe até o Jesus Cristo, o Filho amado. Amém.

4 COMENTÁRIOS

  1. Mestre, suas palavras me emociona, quando aprendi exegese contigo, fui surpreendida com o texto de Acassiz e o quanto o sr nos desejou ensinar. Obrigada por nos mostrar a profundidade do relacionamento com Deus e a importância em querer conhecer Sua vontade. Te amo em Jesus.

  2. “É certo que estamos diante de um paradoxo, a saber, ter um encontro pessoal com o Senhor e ao mesmo tempo continuar a buscá-lo.”

    Essa é a maravilha de estar apaixonado e não só isso, mas do amor incondicional. Como o relacionamento entre um pai e seu filho, que vivem sob o mesmo teto, mas não se cansam de se abraçar e demonstrar o que sentem um pelo outro.

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