Introdução
Quase todos os livros sobre interpretação bíblica reservam um capítulo especial ao estudo da parábola. E não poderia ser diferente. O assunto é complexo, e por isso desde o século passado não param de aparecer teorias sobre o tema na academia. Reconhecidamente algumas dessas trouxeram informações importantes para o estudo e para a exegese das parábolas do Novo Testamento. Contudo não é da natureza deste trabalho repercutir todas as teorias escritas sobre parábola. O que se pretende aqui é tão somente apresentar de modo introdutório algumas teorias e perspectivas interessantes usadas no estudo desse tema.
Jesus e as parábolas
Os Evangelhos identificam a Jesus como alguém que tinha por predileção ensinar através de parábolas.[1] Ele gostava de educar por meio da contação de histórias.[2] Cerca de um terço dos seus ensinamentos foram entregues dessa forma.[3] Boa parte da matéria prima dessas histórias vinha do horizonte sócio-cultural dos primeiros ouvintes.[4] Imagens do dia a dia coloriram pequenas narrativas que eram contadas com o objetivo de levar o ouvinte à compreensão de verdades específicas.[5] As parábolas foram pronunciadas em uma situação concreta da vida.[6] Ao contar essas histórias Jesus queria deixar claro o que a vida realmente é.[7] Ensinar através de parábolas se tornou o método didático-pedagógico peculiar do Salvador. Isso porque era “simples, interessante, e permitia que o público acompanhasse a narrativa facilmente.”[8] As parábolas contadas por Jesus de modo algum podem ser classificadas como fábulas ou lendas, mas também não podem ser tomadas como histórias reais, ainda que apresentam um forte colorido extraído da paisagem concreta dos ouvintes.[9] Pois como Andreas J. Kostenberger e Richard D. Patterson observaram: “Provavelmente nunca houve, por exemplo, nenhum estalajadeiro ou mesmo um “bom samaritano histórico”.[10]
O ensino por meio de parábolas não era algo inédito entre os judeus.[11] Mas Joachim Jeremias afirmou que “em toda literatura rabínica não eram encontramos nem uma só parábola anterior ao tempo de Jesus.”[12]Contudo, aos poucos graças a algumas pesquisas independentes puderam ser estabelecidas as raízes judaicas e os paralelos rabínicos às parábolas de Jesus. Desde então, não tem sido mais contestado que as parábolas de Jesus devem pelo menos de modo puramente formal, ser incluídas no escopo do estilo judaico de narrativa. Dessa maneira, textos do Antigo Testamento como Isaías 5.1-7; 2 Samuel 12. 1-15; Juízes 9.7-15; 2 Reis 14.6 são consideradas predecessores das parábolas do Novo Testamento. Assim o termo hebraico מָשָׁל teria o sentido aproximado do termo grego usado na Septuaginta para “parábola”, a saber, “παραβολή”.[13]
Definição de Parábola
Como já informamos acima, o termo grego para “parábola” é “parabole” (substantivo), a forma verbal é “paraballo”. A palavra é a junção de um verbo com uma preposição: “Ballo” (verbo) – “jogar ou lançar”; e “Para” (preposição): “ao lado de.” Em linhas gerais uma parábola é uma história contada com efeito de comparação, cujo objetivo é apresentar uma verdade singular.[14] Assim, a compreensão das parábolas pressupõe ouvintes que estão dispostos a seguir as ideias do falante e que são capazes de entender o ponto de semelhança entre a imagem e a coisa em si.[15]Ou em outras palavras, perceber na história contada o seu significado espiritual.[16]
A origem do termo grego “parabole” remete ao hebraico e ao aramaico. Em hebraico “מָשָׁל” “mashal” é o termo mais próximo da palavra grega “παραβολή” “parabole”. [17]O sentido Mashal é estabelecido pelo contexto, assim em 1 Samuel 10.12; 24.14, significa “provérbio”; mas em Números 23.7 o sentido é “discurso figurativo profético”; em Ezequiel 17.2 o significado é “ um enigma”; e em Salmos 49.4 o sentido é um “poema”.[18] O termo aramaico de onde foi traduzido o termo “Parábola” e “Methal”, uma palavra às vezes traduzida por “enigma”.[19]
A palavra mais comum no Novo Testamento para “parábola” é “parabole”. Mas alguns autores citam também a palavra grega “paroimia” como tendo um sentido muito parecido com o da parábola. Paroimia é usada em João 10. 6 com o sentido de “ditado escuro” ou “figura de linguagem”. Em 2 Pedro 2.22 ela ocorre com o sentido de “provérbio”.[20]
O gênero “parábola”
A análise de gênero é uma técnica notoriamente útil que usa a função literária da passagem como forma de compreender e interpretar o texto.[21] Fica claro, portanto, que é um passo importante em direção à compreensão da parábola saber qual a sua categoria gramatical. Nesse sentido alguns comentaristas têm argumentado que independentemente das diferenças na organização lingüística, os textos que são chamados παραβολή nos Evangelhos Sinóticos e παροιμία em João demonstram características unificadoras que parecem justificar falar aqui de um “gênero” comum.[22] Podemos perceber que os estudos sobre parábola não estacionou em apenas uma dimensão literária ou em um único aspecto linguístico, ao contrário, o leque teórico foi bem ampliado, como veremos a seguir.
Narrativas
Parábolas são narrativas curtas em que pelo menos uma sequência de ação ou mudança de status é relatada ou imaginada. Essas narrativas em miniatura se concentram no significado essencial e, em casos extremos, são constituídas apenas por um verbo ou um objeto de ação. Notam-se também vários personagens em complexas relações relacionais com vários níveis de enredo. No entanto, a narrativa permanece limitada a apenas algumas frases e, portanto, difere de gêneros narrativos mais longos como, romance, conto, etc.[23]
Elemento Fictício
As narrativas de uma parábola podem conter um elemento “ficcional” ou inventado – em contraste com uma “narrativa factual” que é baseada em eventos históricos que aconteceram (ou acredita-se que tenham acontecido). Mas é verdade que “narrativas factuais” também podem em grande parte apresentar elementos fictícios.[24]
Elementos realistas
O texto de uma parábola pode revelar uma relação próxima com a realidade, ou retratar o mundo real: aquilo que é narrado poderia realmente ter ocorrido. Desse modo, as parábolas são claramente diferentes das narrativas de ficção científica. Essa relação com a realidade também diferencia a parábola das fábulas, nas quais, por exemplo, animais ou plantas podem falar e agir antropomorficamente ou a partir de mitos, que se estendem além do mundo geral da experiência.[25]
Elemento Metafórico
Baseado em sinais de transferência internos ou externos uma parábola aponta para uma afirmação que está fora do nível primário de significado. Uma parábola, portanto, tem um significado “transferido” ou literalmente “metafórico”. Em outras palavras, uma transferência semântica de significado ocorre entre dois domínios diferentes de significado. Também é possível que parábolas individuais contenham metáforas de palavras adicionais no sentido de metonímia ou sinédoque ou elementos simbólicos. [26]
Um apelo para a interpretação
Uma parábola é uma narrativa construída para ser interpretada. Tem sido observado que o caráter metafórico enfatiza especialmente o fato de que o significado de uma parábola não é capturado nas letras reais: o processo metafórico ainda não foi concluído, por isso deve ser realizado repetidamente no ato da leitura. A parábola é, portanto, ativa na interpretação, porque espera que o leitor construa significado. Assim elementos narrativos, como perguntas retóricas, um fim aberto, etc., evocam especialmente o processo de interpretação. Empurram o leitor ou ouvinte para tomar uma posição. Eles movem-no para uma visão, uma compreensão mais profunda ou mesmo para a ação.[27]
Co-texto e contexto relacionados
As parábolas estão inseridas em contextos narrativos mais amplos ou em discursos e argumentos que influenciam grandemente a constituição do sentido e a direção do leitor. Por essa razão somente a localização concreta dentro de uma coleção de ditos, dentro do ambiente literário ou no contexto de todo o trabalho, permite uma atribuição de significado. Além disso, mesmo a situação da fala e da leitura, bem como o mundo da situação de comunicação, incluindo as tradições lingüísticas comuns, são incluídos como co-textos no processo hermenêutico.[28]
Leitura orientada da parábola
Parábolas são quebra-cabeças. Elas não são claras e explícitas. Não seguem as leis da lógica filosófica ou matemática. Por isso não é fácil interpretá-la. Isso é confirmado na abundância das interpretações.[29] Mesmo no nível narrativo dos Evangelhos, a necessidade de interpretação é literariamente demonstrada. Os discípulos se aproximam de Jesus e dizem para ele: Explique-nos a parábola (ver: Mt. 13.36). A teoria das parábolas de Marcos ou a teoria do endurecimento podem em um nível pragmático ser também entendidas como uma expressão literária da ambivalência em relação à interpretação das parábolas. Acredita-se que esses textos não eram imediatamente compreensíveis e, para alguns, eram completamente inacessíveis, o que levou ao modelo de trabalho teológico da teoria do “endurecimento”.[30] No entanto se reconhece que pode haver metáforas que tragam uma visão imediata. Mas, mesmo nesses casos, está ocorrendo um processo hermenêutico que simplesmente atinge sua meta surpreendentemente rápida.[31]
Tem sido observado ainda que o envolvimento com o texto da parábola ajuda os leitores a enxergarem a si mesmos e suas vidas concretas sob uma nova luz. A compreensão dessa narrativa envolve uma sujeição ao texto para se obter um “eu” expandido, um esboço da existência que é uma contrapartida verdadeiramente adequada ao esboço do mundo. Nessa perspectiva o objetivo da parábola é levar a fé ou, mais concretamente, a vida da fé.[32] Vê-se aqui a influência da teoria da “resposta do leitor” na interpretação e leitura das parábolas.
Figuras de linguagens
As semelhanças entre parábola e certas figuras de linguagem são tão próximas que em muitos casos é difícil fazer a distinção entre uma e outra, como é o casa da parábola e alegoria.[33] No entanto como já destacamos acima, a parábola é uma história curta, que ensina uma verdade por comparação (enfocam apenas um ponto de comparação). Enquanto a alegoria é uma história transmitida sob forma figurada.[34] Às vezes as diferenças são difíceis de serem percebidas e pontuadas.[35] As diferenças entre parábola e símile também tem sido notadas, mesmo quando se sabe que uma parábola seja em sua essência uma símile, uma comparação. Entretanto é verdade que nem todas as símiles são necessariamente parábolas.[36] Nas parábolas geralmente podem ser percebidas as seguintes características distintivas: pluralidade dos principais verbos no passado; comparação formal; palavras usadas literalmente; um ponto principal de comparação; história fiel aos fatos e experiências da vida, etc.[37]
Por que Jesus ensinou por parábolas?
A resposta de A. Berkeley Mickelsen foi curta e direta: “Jesus usou parábolas para ensinar verdades espirituais.”[38] Ao ensinar por meio de parábolas Jesus revelar os mistérios do Reino de Deus:[39]
“Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.”
Mas por que algumas pessoas não entendiam com o coração os ensinamentos de Jesus? Muitas teorias são usadas como resposta a essa pergunta.
Teoria do endurecimento
Alguns autores tendo a passagem acima como referência ensinam que Jesus falou por parábolas para condenar o endurecimento dos corações de alguns de seus ouvintes. De fato podemos ler em Mateus 13.15: “Porque o coração deste povo está endurecido (…)”. Assim ao ensinar através de parábolas Jesus estaria trazendo o juízo para alguns dos seus ouvintes. Ao mesmo tempo estaria separando os que buscavam a verdade dos caçadores de curiosidade. [40] Jesus sabia que muitos daqueles que o seguiam estavam tão somente à procura de um fato curioso, não queriam compromisso algum com a verdade. Por esse motivo eles “ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados”.[41] Porque terem os corações endurecidos não puderam entender o real significado das histórias contadas por Jesus: o significado verdadeiro dos “mistérios” estavam ocultos a eles. O Segredo do reino não podia ser percebido por eles.[42] A parábola ocultava à verdade daqueles que endureceram o coração.[43] Salvador. Mas é plausível argumentar que Jesus falou por parábolas para encobrir a mensagem do reino de Deus para aos não – discípulos? Vamos responder isso a seguir.
Teoria da citação fora de contexto
Os versos 10, 11, e 12 de Marcos têm sido interpretados como parte de um vocabulário da igreja primitiva que servia para explicar a postura incrédula dos judeus diante da pregação do Evangelho “Deus mesmo cegou os olhos dos judeus para que eles não entendessem nem aceitassem o Evangelho do Reino.[44] Mas há quem acredita que as palavras contidas em Marcos 4.10-12 são realmente de Jesus, porém foram colocadas em um contexto diferente do original por Marcos:[45] “as palavras foram dadas em outra ocasião e colocadas na passagem por Marcos fora de contexto”. Joachim Jeremias está certo que o verso 11 é uma inserção de um contexto mais antigo. Para o estudioso os versos 10 e 11 que foram acrescentados por Marcos à parábola são desde sua origem um logion muito arcaico e mais antigo que Marcos, procedente da tradição Palestina.[46] Nessa perspectiva a interpretação da parábola (versos 13-20) é da igreja primitiva e não de Jesus.[47]
Teoria da originalidade não obscurantista
Alguns estudiosos argumentam que a passagem em debate é original de Jesus e não foi dada com o propósito do obscurecimento. Para eles ao ensinar por parábolas Jesus esperava que as pessoas entendessem a sua mensagem. Assim não devemos pensar que ao ensinar por parábolas Jesus quisesse obscurecer a verdade do Reino a alguém. Contudo, não se deve ignorar que em algumas parábolas há de fato um elemento de mistério.[48]
A teoria da tradução para o grego
Tem sido defendido por alguns autores que embaraço nessa passagem se deve a tradução das palavras de Jesus do aramaico para o grego. De acordo com essa explicação Jesus teria dito originalmente (em aramaico) que as parábolas “eram para aqueles que não entendiam”, não para “que não entendessem”.[49] Outras explicações tem sido apresentadas com o objetivo de derrubar a teoria do endurecimento.[50]
Contexto literário
No debate sobre a passagem em questão é importante manter em mente que as palavras de Jesus em Marcos 4.10-12 com respeito ao propósito das parábolas é baseado em Isaías 6. 9 -10. Mateus era da opinião de que as parábolas foram dadas para serem entendidas, mas por causa da falta de fé, os inimigos de Jesus não os entenderam (Mateus 13.13).[51] Mateus reteve mais da ordem original da citação tomada da Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento). Além disso, incluiu um verso adicional tirado de Isaías que implicava que havia um auto – endurecimento do coração. Assim, Deus não estava endurecendo o coração de ninguém: as parábolas não eram entendidas simplesmente em razão da incredulidade daqueles que a ouviam.[52] Em muitos casos os ouvintes não escutavam as parábolas de Jesus de modo que fossem levados a crer ou a obedecer aquilo que ouviam.[53]
A interpretação das parábolas
Muito tem sido escrito nas últimas décadas sobre interpretação de parábola. Nesses estudos são consideradas as formas mais antigas e o cenário de seu desenvolvimento original, a sua estrutura lingüística como obra de arte poética etc. Através da crítica de forma, da linguística e da crítica da resposta do leitor, a base teórica se tornou cada vez mais ampla e complexa.[54] Temos, portanto agora muitos recursos para se estudar um assunto que requer muitas habilidades hermenêuticas para ser entendido.[55]Temos agora acesso a novas formas de abordagens ao assunto em questão.
Abordagem de um só ponto (Tertium comparationis)
Essa abordagem foi usada como uma tentativa de neutralizar a alegorização (às vezes) selvagem das parábolas e impedir uma apropriação inadequada do texto.[56] Busca-se afirmar que a interpretação das parábolas não permite margem de manobra, mas deve levar a resultados claros e inequívocos.[57] Essa abordagem tem influenciado a pesquisa de parábolas até os dias atuais. Embora durante a fase da pesquisa linguística da parábola, a metáfora tenha sido reabilitada como a chave explicativa, e nova atenção tenham sido dirigidas à alegoria, a postulação de que as parábolas têm um significado claro e inequívoco permanece.[58]
A estrutura triádica
Uma perspectiva interessante no estudo das parábolas de Jesus é a que considera a estrutura triádica da sua narrativa. Nesse caso, analisam-se os diferentes tipos de relações entre os personagens de uma parábola. Muitos deles podem ser classificados como monárquicos: uma figura – pai / mestre / rei / julga entre dois subordinados contrastantes:[59]
Várias parábolas narrativas de Jesus mostram o que pode ser chamado de simples estrutura triádica. Três personagens principais aparecem em cada um, interagindo um com o outro ao longo das linhas do modelo monárquico descrito anteriormente (uma figura mestra com dois subordinados contrastantes). Consistentemente, eles parecem estar em algum sentido para Deus, seus seguidores fiéis e aqueles que não o servem. Embora geralmente não tenha sido observado, três lições discretas regularmente se alinham com esses caracteres, que muitas vezes são os próprios “pontos” que competem entre si para que o reconhecimento seja o único significado do texto. Uma vez reconhecido que os principais personagens de uma narrativa geralmente transmitem o maior impulso de seu significado, todos os três pontos podem ser admitidos.
A parábola do filho pródigo (Lucas 15. 11-32) tem sido apresentada como o paradigma para a forma triádica simples. Nessa parábola, pode-se notar a íntima relação entre a ovelha perdida e a moeda (Lucas 15. 4-10). Nesse caso as nove moedas e as noventa e nove ovelhas funcionam como unidades coletivas, desempenhando o papel de um personagem. Apesar das diferenças importantes nas imagens, todas as três histórias de Lucas 15 ensinam sobre a iniciativa de Deus em salvar os perdidos; sobre a alegria de descobrir o que foi perdido; e sobre a necessidade daqueles que não estão perdidos de não invejar a preocupação de Deus por aqueles que estão.[60] Nessa parábola a estrutura triádica se concentra na figura do pai, no pródigo e no irmão mais velho.[61]
Embora ajam parábolas onde são percebidos mais de três níveis ou características, em última instância eles podem ser reduzidos à mesma estrutura monárquica ilustrada acima. Outras parábolas contêm apenas três níveis, no entanto, seus relacionamentos não exibem o padrão monárquico. Exemplos do primeiro tipo incluem as parábolas dos talentos (Mt 25. 14-30;), dos trabalhadores da vinha (Mt 20. 1-16), do semeador (Marcos 4. 3 -9,13-20 par.) Exemplos do segundo tipo são a parábola do bom samaritano (Lucas 10. 29-37), do servo impagável (Mt 18: 23-35); e a do administrador injusto (Lucas 16: 1-9).[62] Há pelo menos uma parábola, a saber, dos Inquilinos Maus (Marcos 12. 1-12 par.) que parece estar em uma categoria diferente, embora relacionada ao modelo triádico.[63]
A cristologia das parábolas
Tem sido observado que dois terços das parábolas narrativas ilustram a natureza de Deus, o estilo de vida exigido de seu povo e as atitudes e ações opostas que levam à destruição.[64] O ponto de vista que defende que Jesus proclamou o reino de Deus como presente e futuro, e o inaugurou por meio de seu ministério permanece sólido: “As parábolas retratam a vida naquele reino – a graça presente de Deus para os pecadores, suas exigências de discipulado, preparação para o futuro julgamento (…)”.[65] Mas as parábolas de Jesus podiam também fazer “uma reivindicação implícita da sua divindade”.[66]
Parábolas do Reino
O Reino de Deus é o centro da mensagem proclamadora de Jesus. Esse tema foi exaustivamente apresentado as multidões que ouviam as parábolas do Salvador. Muitos aspectos desse Reino maravilhoso aparecem em destaques nesse estilo de ensino preferido de Jesus.[67] Apenas em Mateus 13 encontramos uma coletânea de parábolas
que fazem alusão ao Reino, são elas: A parábola do semeador (Mt 13.1-23), do joio (Mt 13. 24-30); do grão de mostarda (Mt 13.31-32); a parábola do fermento(Mt 13.33); do tesouro escondido (Mt 13.44); a da pérola (Mt 13.45-46) e a parábola da rede (Mt 13.47-50). Cada uma destas parábolas de Jesus ilustra algum aspecto do Reino. [68] Nelas ncontramos ensinos profundos acerca do Reino que cobrem um período de tempo que vai desde a rejeição de Jesus pelos judeus até a sua segunda Vinda.[69] Mas essas parábolas também devem ser vistas como histórias que exigem uma resposta do ouvinte: “Elas mesmas são veículos da mensagem, e requerem do ouvinte uma resposta ao convite de Jesus e ao seu chamado ao discipulado”.[70]
Os paradigmas
Reinstorf e Aarde em um artigo intitulado: Jesus’ Kingdom parables as metaphorical stories: a challenge to a conventional worldview destacaram as mudanças ocorridas na forma do estudo da parábola.[71] Eles atribuem essas mudanças a dois fatores. Primeiro, os trabalhos realizados pelos teóricos literários que trouxeram um novo entendimento das narrativas nos Evangelhos em geral e das parábolas em particular. Segundo, a descoberta do significado e do valor das metáforas como um meio apropriado para se falar de Deus e transmitir visões alternativas sobre a realidade[72]. Os estudiosos argumentaram que o estudo da história da interpretação da parábola revela que há sempre uma clara relação entre os paradigmas científicos dominantes e os esquemas hermenêuticos usados para interpretá-las. Nesse caso, os paradigmas científicos que influenciaram na interpretação das parábolas foram: o vitalista, o mecanicista e o holístico.
O paradigma vitalista teria sido dominante do período do Novo Testamento até o fim do século XVI. Esse era o paradigma orgânico, da vida, e do crescimento. Esse período era caracterizado por uma harmonia entre os seres humanos e o mundo ao seu redor, e com Deus que é parte integrante desse mundo. A interpretação bíblica nessa época via cada coisa criada se referindo simbolicamente à sua realidade celestial. A interpretação da parábola nesse período era acentuadamente alegórica.
Com Galileu, Descartes e Newton teria tido início o paradigma mecânico, que se entendeu do século XVII até a segunda metade do século XX. A ênfase nesse período se encontrava na máquina e suas partes. A interpretação bíblica dessa época era predominantemente analítica. Nessa época a interpretação da parábola era realizada por meio da metodologia de um único ponto. Assim, o único ponto na parábola dos talentos (Mt 25.14-30) era a fidelidade ou a confiança.
Na parábola do administrador injusto (Lc 16.1-8) o único ponto seria: o uso sábio da oportunidade presente como a melhor preparação para um futuro feliz, e assim por diante[73].
O terceiro paradigma científico que tinha correlação com esquemas hermenêuticos para interpretar parábolas era o holístico: era caracterizado pela plenitude. A ênfase da interpretação bíblica desse período girava em torno de toda a história de um texto e de todo o seu processo de comunicação. A área da pesquisa hoje é, portanto, literária, com ênfase na narratividade. Nessa perspectiva as parábolas têm a capacidade de gerar nova relevância na vida do ouvinte moderno. O foco da pesquisa da parábola de acordo com o paradigma holístico se ampliou para incluir muitas dimensões novas e emocionantes.[74]
Conclusão
Neste breve artigo, tencionou-se fazer uma apresentação de caráter introdutório acerca de algumas perspectivas interessantes no campo literário e linguístico do estudo da parábola. Esperamos que o leitor tenha percebido que o estudo da parábola não é de modo nenhum um exercício hermenêutico de fácil operação. As pesquisas dos últimos anos ampliaram a base teórica de investigação ao considerar novas possibilidades para a análise da parábola. No entanto sabemos que muitas dessas teorias se desenvolveram sob a influência da crítica literária: um método que em muitos casos manifesta tendência fortemente subjetiva. Nossa recomendação é que o leitor leia as parábolas como ditos autênticos do Senhor Jesus e assim encontre ali a Palavra que transforma a mente e o coração e permita experimentar às delícias do Reino de Deus.
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[1] DODD, C.H. Las parábolas del Reino. Ediciones Cristiandad, 1974.p.21.
[2] KRUSCHWITZ, ROBERT (General Editor). Parables: Christian Reflection – a series in Faith and Ethics. The Center for Christian Etthics at Baylor University, 2006. p.8. Sobre isso Henry Virkler argumentou: “A palavra “parábola” ocorre perto de 50 vezes nos Evangelhos Sinóticos em conexão com o ministério de Jesus, dando a entender que as parábolas eram um de seus prediletos esquemas de ensino”, ver: VIRKLER, Henry. Hermenêutica Avançada. Editora Vida, 2007, p.126.
[3] KRUSCHWITZ, ROBERT (General Editor). Parables: Christian Reflection – a series in Faith and Ethics. The Center for Christian Etthics at Baylor University, 2006.p.9.
[4] ECK, Ernest van. Realism and Method: the Parables of Jesus. Neotestamentica 51.2 (2017). p.164.
[5] KOSTENBERGER, Andreas; PATTERSON, Richard. Convite à interpretação Bíblica. Vida Nova, 2015. p.396. Cf. VIRKLER, Henry. Hermenêutica Avançada. Editora Vida, 2007, p.125. Ver também: ANDRÉ, Georges. L’ enseignement pratique des Paraboles. Disponível em:<http://www.centrebiblique.org/fileadmin/user_upload/ressources/livres/l_enseignement_pratique_des_paraboles/L_enseignement_pratique_des_paraboles_-_Georges_Andre_-_A5.pdf>
Acessado em 07/11/2-18.
[6] DODD, C.H. Las Parábolas del Reino.Ediciones Cristiandad – Madrid, 1974.p.12.13.
[7] MICKELSEN, A. Berkeley. Interpreting the Bible.Eerdmans Publishing Company, 1963.p.215.
[8] KAISER, Jr, Walter C., SILVA, Moisés. Introdução à hermenêutica Bíblica. Editora Cultura Cristã (2ª edição). 2009.p.106. Ver também: WILLIS, Abigail. The Parables of Jesus. Penguin Studio (Penguin Putnam Inc.), 1998.p.1.
[9]Cf. KOSTENBERGER, Andreas; PATTERSON, Richard. Convite à interpretação Bíblica. Vida Nova, 2015. p.396.
[10] KOSTENBERGER, Andreas; PATTERSON, Richard. Convite à interpretação Bíblica. Vida Nova, 2015.p.396.
[11] DOERKSEN, Vernon D. The interpretation of Parables. Grace Theological Journal 11.2(1970). p.3.
[12] JEREMIAS, Joachim. Las parábolas de Jesús. Editorial Verbo Divino (tercera Edicion), 1974. p.14-15.
Jeremias na verdade cita duas imagens ( que não seriam necessariamente parábolas) do rabino Hillel (20a.C) e menciona uma parábola (que seria a primeiras citação) em Rabban Johanan ben Zakkai (80 d.C).
[13] ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.160-167.
[14] VIRKLER, Henry. Hermenêutica Avançada. Editora Vida, 2007. p.124. Ver também: WIGRAM_GREEN. The New Englishman’s Greek Concordance and Lexicon. Associated Publishers & Authors, Inc, Indiana, 1982.p.671.
[15] MICKELSEN, A. Berkeley. Interpreting the Bible.Eerdmans Publishing Company, 1963.p.215.
[16] DOERKSEN,Vernon D. The interpretation of Parables. Grace Theological Journal 11.2(1970).p.4.
[17] Uma boa discussão sobre essas duas palavras pode ser encontrada em: ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.164-167.
[18] DOERKSEN,Vernon D. The interpretation of Parables. Grace Theological Journal 11.2(1970).p.4. Ver também: WILLIS, Abigail. The Parables of Jesus.Penguin Studio, 1998.p.3.
[19] FEE, Gordon; STUART, Douglas. Entendes o que Lês. Vida Nova (3ª edição) 2011. p.181.
[20] DOERKSEN,Vernon D. The interpretation of Parables. Grace Theological Journal 11.2(1970).p.4.
[21] ROLLE, Sarah. A genre analysis of the parable of the pounds as it relates to Kelly’s followership types. Journal Perspectives in leadership 7.no. 1 (2017). p.180.
[22] ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.170.
[23] Ibid.,p.171.
[24] Ibid.,p.171.
[25]Ibid.,p.172.
[26] ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.172.
[27] Ibid.,p.173.
[28] Ibid.,p.173.
[29] ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.173-174.
[30] Ibid.,173-174.
[31] Ibid.,p.174.
[32] Ibid.p.175.
[33] KOSTENBERGER, Andreas; PATTERSON, Richard. Convite à interpretação Bíblica. Vida Nova, 2015. p.397.
[34] MICKELSEN, Berkeley; MICKELSEN, Alvera. Como entender a Bíblia. Editora Geográfica, 2010.p.109.
[35] BLOMBERG, Craig. Interpreting the Parables of Jesus: Where are we and Where Do we go from here?
The Catholic Biblical Quarterly, 1991.p.51.
[36] BEKKHOF, Louis. Princípios de interpretação Bíblica. Editora Cultura Cristã, 2013.p.76.
[37] MICKELSEN, A. Berkeley. Interpreting the Bible.Eerdmans Publishing Company, 1963.p.213.
[38] Ibid.,p.215.
[39] Cf. Mateus 13.11-15.
[40]Recomendamos o excelente artigo: Why did Jesus Speak in Parables? Disponível em: < http://calvarypandan.sg/images/resources/article/parables/why%20did%20jesus%20speak%20in%20parables.pdf>.
[41] Cf. Mateus 13.15 (JFAA).
[42] Cf. FEE, Gordon; STUART, Douglas. Entendes o que Lês. Vida Nova(3ª edição) 2011. p.181.
[43]VIRKLER, Henry. Hermenêutica Avançada. Editora Vida, 2007. p.127. Ver também: KOSTENBERGER, Andreas; PATTERSON, Richard. Convite à interpretação Bíblica. Vida Nova, 2015. p.399
[44] FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy.Editorial Mundo Hispano, 2005.p.16.
[45] Cf. FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy. Editorial Mundo Hispano, 2005.p.16.
[46] Para mais detalhes ver: JEREMIAS, Joachim. Las parábolas de Jesús.Editorial Verbo Divino (tercera Edicion), 1974.p.16-22.
[47] JEREMIAS, Joachim. Las parábolas de Jesús. Editorial Verbo Divino (tercera Edicion), 1974.p.21-22. Ver também: FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy. Editorial Mundo Hispano, 2005.p.17.
[48] FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy.Editorial Mundo Hispano, 2005.p.17.
[49] Ibid.,p.18.
[50] Para mais detalhes ver: FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy.Editorial Mundo Hispano, 2005.p.18.
[51] FRICKE S, Roberto. Las parábolas Jesús: Una aplicación para hoy.Editorial Mundo Hispano, 2005.p.17.
[52] Ibid.,.p.17.
[53] FEE, Gordon; STUART, Douglas. Entendes o que Lês. Vida Nova(3ª edição) 2011. p.181.
[54] Assim em: ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.157.
[55] KAISER, Jr, Walter C., SILVA Moisés. Introdução à hermenêutica Bíblica. Editora Cultura Cristã (2ª edição). 2009.p.106.
[56] ZIMMERMANN, R. How to understand the parables of Jesus. A paradigm shift in parable exegesis. Acta Theologica, 2009.p.161.
[57] Ibid.,p.161.
[58] Ibid.,p.161.
[59] BLOMBERG, Craig. Interpreting the Parables of Jesus: Where are we and Where Do we go from here?
The Catholic Biblical Quarterly, 1991.p.62-63.
[60] BLOMBERG, Craig. Interpreting the Parables of Jesus: Where are we and Where Do we go from here? The Catholic Biblical Quarterly, 1991.p.63.
[61] Ibid.,p.63.
[62] Ibid., p.67.
[63] Ibid.,p.67.
[64] BLOMBERG, Craig. Interpreting the Parables of Jesus: Where are we and Where Do we go from here?
The Catholic Biblical Quarterly, 1991. p.75-76.
[65] Ibid.,p.75-76.
[66] Ibid., p.76-77.
[67] MICHELSEN, A. Berkeley, MICKELSEN, Alvera M. Como entender a Bíblia. Editora Geográfica, 2010. p.111.
[68] Ibid.,p.111.
[69] BAILEY, Mark L. The doctrine of the Kingdom in Matthew 13. Disponível em: http://ead.mackenzie.br/cpaj/pluginfile.php/12496/mod_resource/content/0/Bailey8-KingdomMat13-BS.pdf.
[70] Uma boa discussão sobre isso pode ser encontrada em FEE, Gordon; STUART, Douglas. Entendes o que Lês. Vida Nova (3ª edição) 2011 p.189-192.
[71] REINSTORF, Dieter, AARDE, Andries Van. Jesus’ kingdom parables as metaphorical stories: a challenge to a conventional worldview. Disponível em: http://ead.mackenzie.br/cpaj/pluginfile.php/12495/mod_resource/content/0/Jesus%20Kingdom%20Parables.pdf.
[72] REINSTORF, Dieter, AARDE, Andries Van. Jesus’ kingdom parables as metaphorical stories: a challenge to a conventional worldview. Disponível em: http://ead.mackenzie.br/cpaj/pluginfile.php/12495/mod_resource/content/0/Jesus%20Kingdom%20Parables.pdf.
[73] REINSTORF, Dieter, AARDE, Andries Van. Jesus’ kingdom parables as metaphorical stories: a challenge to a conventional worldview. Disponível em: http://ead.mackenzie.br/cpaj/pluginfile.php/12495/mod_resource/content/0/Jesus%20Kingdom%20Parables.pdf.
[74] REINSTORF, Dieter, AARDE, Andries Van. Jesus’ kingdom parables as metaphorical stories: a challenge to a conventional worldview. Disponível em: http://ead.mackenzie.br/cpaj/pluginfile.php/12495/mod_resource/content/0/Jesus%20Kingdom%20Parables.pdf.