O vaso do oleiro: a cerâmica como auxílio à exegese

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[1]O livro de Jeremias é um verdadeiro monumento da literatura bíblica. Quem alguma vez já não se sentiu edificado ao ler a célebre passagem do “Vaso do Oleiro”? Nesta passagem (Jr 18—19), o profeta apresenta oráculos de salvação e punição à Casa de Israel utilizando-se do vaso de cerâmica como motivo de sua profecia. A atividade do artesão revela um relacionamento simbólico entre Israel e seu Deus: assim como a qualidade do barro determinava o que um oleiro podia fazer com ele, de igual modo a qualidade ética e moral do povo determinava o que Yahweh queria fazer com ele. Quanto ao ensinamento pertinente aos dias atuais!

No entanto, este episódio tem a revelar muito mais do que verdades religiosas. Enquanto documento religioso-histórico, a Bíblia também retrata questões e circunstâncias específicas do povo hebreu, repleto de referências e indicações sobre a realidade da vida cotidiana. Neste enfoque, merece atenção o uso dos utensílios de cerâmica e suas relações na sociedade em que foi produzida.

No desenvolvimento da Arqueologia bíblica, os produtos da olaria e outros elementos recuperados pelo trabalho sistemático de escavação têm mostrado ferramentas muito úteis à exegese dos textos sagrados. Hoje em dia, no âmbito dos estudos bíblicos acadêmicos, o estudioso atento não pode ficar à margem das atividades arqueológicas na Palestina, cujas descobertas são de grande auxílio na leitura correta das Escrituras.

Nos últimos anos, em razão da influência da mídia, para muitos a arqueologia passou a ser identificada tão somente com a caça de relíquias tais como “Arca da Aliança” ou “Santo Graal”. Todavia, o arqueólogo é muito mais que um Indiana Jones aventureiro atrás de objetos valiosos. Além do árduo trabalho de campo (escavações) sua atividade envolve etapas posteriores não menos importantes como o processamento dos achados em laboratório, estudo e finalmente publicação dos resultados da pesquisa. De um modo geral, a interpretação dos restos arqueológicos é um trabalho extremamente delicado, que pode por vezes conduzir a equívocos totais. No caso dos artefatos recuperados nos diversos sítios arqueológicos situados em terras bíblicas, compete ao estudioso a difícil tarefa de associar a tradição escrita (Bíblia hebraica) com os restos materiais disponíveis, a fim de melhor compreender o funcionamento e transformações da sociedade israelita num determinado momento de sua história.

A cerâmica e suas relações com os textos bíblicos ilustra bem essa dificuldade. Dentro do universo dos artefatos recuperados pelo trabalho de escavação ela constitui um importante instrumento no que se refere à fixação da cronologia.[2] Além disso, o estudo da cerâmica em arqueologia envolve inúmeras questões como a tecnologia (composição e qualidade da argila, modo de cozimento e decoração), local de produção, classificação, evolução de suas formas, aspecto funcional e distinção entre tradição, importação, imitação e inovação como índices de mudança cultural.

A Bíblia hebraica oferece sugestões para algumas dessas questões, particularmente nos textos de natureza profética, histórica e legal. Por exemplo, o episódio do “Vaso do Oleiro”, cujo vocabulário tomaremos, será o ponto de partida para esta investigação.

  1. Palavra que foi dirigida por Yahweh a Jeremias
  2. “Levanta-te e desce à casa do oleiro: lá te farei ouvir as minhas palavras”
  1. Eu desci à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando no
  2. E estragou-se o vaso que ele estava fazendo, como acontece à argila na mão do Ele fez novamente um outro vaso, como pareceu bom aos olhos do oleiro (Jr 18.1-4)[3]

Em primeiro lugar, cumpre situar historicamente a narrativa. Tratando-se de um texto profético, cujo autor presenciou os últimos dias de Jerusalém, podemos situá-lo sem muitas dificuldades na época da antiga monarquia hebraica, o “Período do Primeiro Templo”. Mais precisamente, o texto se refere ao final de uma das etapas mais fascinantes da história de Israel. E o último grande momento de afirmação de Israel como nação livre e independente, cujo desenvolvimento material e espiritual alcançou níveis surpreendentes, e acabou por introduzir modificações profundas, plenas de consequências no ambiente israelita.

Sob o aspecto da cronologia arqueológica, o período correspondente à idade do Ferro II (c. 1000-587 a.C.), marcado sobretudo pelo uso e divulgação da escrita alfabética e por sensíveis progressos tecnológicos (metalurgia, ourivesaria, cerâmica) no meio hebreu. Essa nova tecnologia pressupunha um conhecimento, uma técnica, estreitamente relacionada à civilização urbana. No caso da cerâmica, o artesão era aquele que fornecia à população utensílios como potes, tigelas, copos, pratos, jarros, bacias, garrafas e vasos maiores para o armazenamento de líquidos e cereais, seja no espaço doméstico, comercial, cultual ou funerário. A cerâmica era importante porque respondia a uma necessidade fortemente sentida pela comunidade, no meio da qual o ceramista gozava de certo prestígio social.

A tecnologia cerâmica

O texto acima relata a visita de Jeremias à oficina do oleiro הַיוֺצֶר תֶּית, Bêt Hayôtser). Lá o profeta contempla o artesão no seu trabalho sobre o torno. A manufatura da cerâmica foi a principal indústria no mundo antigo, envolvendo uma tecnologia altamente desenvolvida e sofisticada. Nos tempos bíblicos a matéria-prima era o barro, cozido em um forno bem controlado em uma atmosfera oxidante, dando assim uma cor avermelhada ao objeto acabado, designado הֶרֶשֹ, heres (termo hebraico para barro queimado, utensílio ou caco de cerâmica, cuja raiz significa “ardor”, “estar sendo queimado”).

O barro (טִיט, tît) era primeiro extraído e então deixado na oficina para curtir. Em seguida era pisado pelo oleiro (cf. Is 41.25), processo habilidoso para remover o ar; era depois misturado com palha fina, pedra triturada ou restos de cerâmica esmagada a fim de reduzir a plasticidade, evitando assim sua quebra quando colocado ao sol para secar.[4]

Quando a argila estivesse pronta, era então modelada na forma desejada (הֹמֶר homer, cf. Jr 18.4). Esse trabalho podia ser feito diretamente pela habilidade manual do oleiro sobre um torno, segundo Jr 18.3, ou por meio de moldes já impressos. O poder simbólico do oleiro sobre a argila demonstrado no v.4 também é recorrente nos oráculos de Isaías, que profetizou um século antes, nos dias do rei Ezequias (cf. Is 45.9; 64.8). Interessante notar nestes textos a palavra utilizada para designar “oleiro” (יֺוצֶר, yôtser), originária de uma raiz hebraica significando “amoldar, formar, criar”. É a mesma simbologia utilizada no relato da Criação no segundo capítulo do Gênesis, onde o Deus-oleiro (Yahweh) modela יָצַר” (yâtsar) o homem do pó da terra e ao qual podemos aproximar os relatos mesopotâmicos sobre a formação do homem.[5]

O trabalho sobre o torno na Palestina é atestado desde o Período Calcolítico (“Idade do Cobre”, c. 4000-3150 a.C.), sendo conhecido pelos antigos hebreus por  אָבְנָיִם (´ounaim), um substantivo na forma dual, designando “duas pedras”. De fato, o instrumento era formado por duas rodas circulares montadas sobre um eixo vertical, que o artesão movia com os pés.[6]

 O local de produção

O texto de Jeremias revela expressivamente um dos locais de produção cerâmica no período monárquico: Jerusalém, tornada cidade israelita sob Davi, que a conquistara dos jebusitas, transformando-a na “Cidade de Davi” (`ir Dawid), a capital do reino de Israel e Judá. Situada nas proximidades da fonte de Gihon, único afloramento de água potável num raio de cinco quilômetros, a antiga cidade estava disseminada sobre certo número de colinas. Se Davi deu alma a Jerusalém, foi, todavia, com seu filho Salomão que ela tomou corpo, segundo a linha da sabedoria (hokhmâ) administrativa da época. Nos dias do rei Ezequias, logo após a queda de Samaria e sob forte pressão assíria (c.722 a.C.) a cidade se expandiu para o norte e leste, formando um novo bairro (cf. 2 Rs 22.14; Sf 1.11).

O relato de Jeremias indica a possível localização da oficina do ceramista em Jerusalém: “levanta-te e desce à casa do Oleiro” (Jr 18.2). O verbo “descer” (yarad) sugere que o ateliê estivesse situado numa parte mais baixa da cidade. De fato, as atividades arqueológicas em Jerusalém comprovaram tal conformação da antiga “Cidade de Davi”, contendo uma parte alta (a cidadela; o Monte do Templo) e uma região mais baixa composta de vários bairros.[7]

A continuação do relato no capítulo 19 de Jeremias menciona ainda uma “Porta do Oleiro” ou “Porta dos Cacos” (הַתַרְסִות שַׁעַר, cf. Jr 19.2), que se encontrava no Vale de Hinon. No período posterior (Segundo Templo), com a reconstrução da cidade por Neemias seria esse portão conhecido como “Monturo” (Ne 2.13) em lembrança ao lixo que se queimava incessantemente, bem como do sacrifício de crianças em honra ao deus amonita Moloque praticado nos dias de Manassés. Os ceramistas de Jerusalém provavelmente se concentravam perto dessa “Porta dos Cacos”, constituindo, juntamente com os demais artífices da cidade um elemento importante da população, já que serão os primeiros a serem exilados pelos conquistadores neobabilônicos (primeira deportação em 597 a.C., cf. Jr 24.1).

Embora não sejam mencionados expressamente pelos textos bíblicos, centros de fabricação de cerâmica como Laquis, Hazor e outros localizados no vale do Jordão e ao longo da planície costeira vieram a ser revelados pela arqueologia. Estas duas últimas constituem regiões geologicamente mais recentes e, portanto, ricas em depósitos de riquezas minerais como areia, barro e argila, matéria-prima fundamental para a produção cerâmica. Devemos recordar que a planície costeira era o habitat dos filisteus, cuja belíssima cerâmica de imitação micênica (grega) merece um capítulo à parte na história dessa arte. Embora imitação, a qualidade da argila e decoração eram particulares a esses “povos do mar”, bem como a típica “bilha de cerveja”, uma espécie de ânfora provida de um bico com filtro encontrada em grande quantidade em sítios como Ascalom, Asdode, Gaza e Tel Qasile. Tal fato demonstra terem sido eles grandes festeiros e beberrões conforme narrado em Juízes (Jz 14.10; 16.25).

 A classificação cerâmica

Ao descer à oficina cerâmica, o profeta acha o oleiro trabalhando um vaso sobre o torno (Jr 18.3). A palavra hebraica כְלִי, (Kheliy), traduzida em nossas Bíblias por “vaso” (português, italiano), “vasija” (espanhol), “vessel” (inglês), “Topf” (alemão), é um termo genérico utilizado para utensílios, instrumentos e vasos em geral. À exceção do nome, o texto não fornece nenhuma outra informação sobre o recipiente como dimensão, decoração, acessórios ou utilidade, o que torna impossível qualquer associação a um determinado tipo atestado pela Arqueologia.[8] A verdade é que nunca saberemos com certeza a forma exata do vaso que “se estragou na mão do oleiro” (Jr 18.4).

Além do termo genérico designando objetos de cerâmica em geral, o texto hebraico do Antigo Testamento utiliza-se de inúmeros outros vocábulos para nomear a diversidade de utensílios integrantes da vida cotidiana do homem bíblico. Esse vocabulário pode chegar a quase 50 nomes diferentes se incluídos os vasos de metal, madeira e couro. Alguns parecem ter sido bastante comuns na vida do povo, sendo utilizados com frequência pelos escribas hebreus no decorrer de sua história. Outros, porém, comparecem esporadicamente, indicando talvez uma forma e uso muito particular do recipiente.

De um modo geral, no que se refere à tipologia cerâmica, a Arqueologia distingue os vasos abertos (para conter líquidos e sólidos) e os vasos fechados (para armazenamento). Muitas dessas formas sofreram evolução no decorrer dos séculos. No período do Ferro II — que corresponde à época da monarquia hebraica — a cerâmica israelita passou a ser bem cozida, apresentando belas formas, mas sem a pintura bicromática do período anterior (Cananita). Também na cerâmica se faz sentir uma certa diferença entre o norte e o sul. Muitos vasos como copos, tigelas e jarros de água eram polidos enquanto giravam a roda, porém, os mais luxuosos eram decorados com faixas de tiras vermelhas (Samaria). Essa “louça samaritana” é de particular qualidade, diferenciando-se do restante da cerâmica comum, com bela decoração.[9]

No sul (Judá) grandes jarros eram frequentemente estampados nas asas com um selo real trazendo o nome de alguma dentre quatro cidades, possivelmente centros de produção cerâmica estatal ou pontos de distribuição (Hebron, Zife, Socó e “Mmsht”, não identificada). Tais vasos, datados do final do século 8 e início do 7 a.C., recuperados pela arqueologia, continham o símbolo real no centro, grafado com a palavra Lammelekh (= pertencente ao rei) na parte superior e o nome da cidade na parte inferior.[10]

Como nova forma de vaso surge o “jarro de água” (“Decanter” ou “Wasserkanne”) no Ferro II correspondente ao בַקְבֻּק; (baqbuq) hebraico. Trata-se de um jarro de gargalo estreito, cujo nome é onomatopaico (segundo o ruído produzido pelo água ao sair) e o mais artístico e caro vaso do oleiro. É mencionado somente duas vezes na Bíblia (1Rs 14.3 e Jr 19.1,10), ambas narrativas da época monárquica.[11]

 O contexto funcional da cerâmica bíblica

Conforme dissemos, a cerâmica era importante porque respondia a uma forte necessidade da população, sentida nas mais diversas áreas da vida cotidiana. Os vasos cerâmicos eram utilizados tanto no contexto da vida doméstica (comer, beber, cozinhar, armazenar cereais, líquidos, transportar víveres etc.) como da vida religiosa (ablução, libação, aspersão, imolação animal, oferendas, incensário, rituais etc.) e funerária (depósito de vasos nas tumbas, rituais fúnebres, queima de perfumes etc.).

Esse amplo contato do homem bíblico com a cerâmica, inclusive com os pedaços fragmentados (הֶרֶשׂ, heres, caco de cerâmica) é testemunhado em diversas passagens do Antigo Testamento (Jó 2.8; Is 30,14; 45.9). Um importante uso do caco de cerâmica diz respeito à escrita. Conhecidos pelos arqueólogos como “ostraca” os cacos servem como uma espécie de correspondência trocada entre as pessoas. As inscrições hebraicas descobertas em Israel na sua maioria são na forma de “ostraca” (Samaria, Arad, Laquis, Mesad Hosha-vyahu), uma vez que os documentos escritos em pergaminhos (couro ou papiro) não sobreviveram ao clima úmido da região montanhosa.[12]

No entanto, quem cumpria sua função plena na comunidade era o vaso de cerâmica não fragmentado. Dentre a grande variedade de tipos de vasos fornecidos pelos redatores bíblicos, poucos são os que podemos associar com segurança a um uso específico, seja no espaço sagrado ou profano.

A forma, פַך, phakh, por exemplo (traduzida por “ânfora”, “jarro”), estava relacionado ao ato da unção dentro do cerimonial de entronização de um novo rei. Trata-se de um pequeno frasco usado como receptáculo do azeite sagrado. A Bíblia registrou a unção de dois reis por meio deste recipiente (Saul: 1Sm 10.1 e Jeú:2 Rs 9.1-3 tradições do reino do norte), porém Davi e Salomão, da Casa de Judá, foram ungidos com o óleo contido no “chifre de carneiro” (qeren, cf. 1Sm 16.1; 1Rs 1.39).

Já a forma כַּד, kad (traduzida por “cântaro”) aparece no contexto doméstico (Gn 24.14; 1Rs 17.14) e no religioso (1Rs 18.34), servindo para provisionamento de farinha (Elias e a viúva de Serepta/Sidon, 1Rs 17.14), de água junto à fonte (Gn 24.14) ou junto ao altar do sacrifício (Elias e os profetas de Baal, 1Rs 18.34). O livro de Juízes sugere um vaso de dimensões pequenas que podia ser conduzido no ombro (Jz 7.16), enquanto que no Qohelet o “cântaro” junto à fonte representa uma imagem da duração da vida humana (Ec 12.6).

Estes poucos exemplos dão uma ideia da grande dificuldade em se determinar a exata significação da terminologia bíblica para os vasos de cerâmica. Não resta dúvidas que os utensílios se distinguiam um dos outros, seja pela forma, seja pelo uso, cuja lembrança ficou registrada por meio dos vários nomes utilizados pelos redatores bíblicos, mas cujo significado exato em muitos casos continua enigmático para os estudiosos modernos.

 Conclusão

A arqueologia, enquanto ciência auxiliar de pesquisa, abre novas perspectivas de visão que servem para enriquecer a Bíblia por dentro, atualizando seus escritos que continuam a despertar a fé num Deus único criador e salvador.

Assim, Bíblia e ciência não se excluem, pelo contrario, se complementam. É o caso dos vasos de cerâmica, presentes praticamente em todas as fases da vida humana, amplamente testemunhados pelos escritos bíblicos, aos quais é possível aproximar os contextos arqueológicos relacionados à produção e tecnologia. Quanto à classificação tipológica dos vasos a terminologia hebraica não é unânime e não é possível chegar à certeza na aplicação desses nomes aos conhecidos tipos arqueológicos.

Além dos usos convencionais nos contextos utilitário-doméstico ou religioso-cultural, a cerâmica era também utilizada no âmbito da vida administrativa na forma de correspondência (“ostraca”) ou como arquivo de tabletes ou papiros (Jr 32.14). Foi exatamente em vasos de cerâmica que se encontraram os famosos Manuscritos do Mar Morto, a mais importante descoberta arqueológica do século 20 no que concerne aos estudos bíblicos.

No estudo da cerâmica e suas conexões com o mundo bíblico há ainda um campo aberto para novas sugestões, as quais poderão ser melhor elucidadas à luz de novas pesquisas e descobertas.

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Referências bibliográficas:

[1]Ensaio publicado originalmente na revista Vox Scripturae, Volume V, Setembro 1995.

[2]“Método Wheeler-Kenyon”, aplicado na Arqueologia bíblica após 1945; controle de estratigrafia por meio da cerâmica, restaurada totalmente. Cf. Volkmar Fritz, Introduzione all’Archeologia Biblica (Brescia: Paideia Editrice, 1991), p. 53-9.

[3]Bíblia de Jerusalém, grifos meus.

[4]Cf. James B. Pritchard, The times of the Bible (Londres: Times Book Limited, 1989), p. 110.

[5]Enquanto a argila é um dos componentes da formação do homem nos textos acádicos (cf. o “Poema de Atra-hasis”, linhas 203, 225s, 231), a palavra não aparece em Gn 2, que fala da criação do homem a partir do pó do solo, מִן־הׇאֲדׇמׇה עַפׇר (`afar min-ha’adamâ), cf. Gn 2.7. Note-se que os animais são modelados a partir do solo, cf. Gn 2.19.

[6]Cf. experiências com um par de rodas do período cananita encontradas no sítio de Hazor (Tel Waqqas); cf. Ruth Amiran, Pots and Pottery — Monograph XXIV (lnstitute of Archeology, Universidade da Califórnia), veja cap. 8.

[7]As escavações mais reveladoras na Jerusalém cananita e israelita foram dirigidas por Kathleen M. Kenyon (campanhas de 1961-1967), e por Yigal Shiloh (campanhas de 1978-1985), trazendo à luz 25 níveis de ocupações e numerosos achados arqueológicos datados da época do Primeiro Templo (estruturas ligando a Cidade Alta com a fortaleza, bairros da Cidade Baixa, fortificações, sistemas de águas subterrãneos, etc.), cf. K. M. Kenyon, The Bible and Recent Archeology (Londres: Bristish Museum Publications, 1987), veja caps. 6 e 7.

[8]Um inventário abrangente dos mais diversos tipos de cerâmica encontrados na Palestina foi elaborado pela arqueóloga israelense Ruth Amiran, Ancient pottery of the holy land: from its beginnings in the neolitic period to the end of the iron age (Jerusalém: Massada Press, 1969).

[9]Cf. André Parrot, Samarie capitale du Royaume d’Israel (Neuchâtel: Delachaux et Niestlé, 1955), p. 59-6l.

[10]Cf. Nadav Naaman, em BASORBasor, 1986, p. 26l.

[11]Este é o vaso que Jeremias compra do oleiro (traduzido como “botija”) e quebra “simbolicamente” diante dos líderes do povo em Jerusalém, cf. Jr 19.

[12]Pelo fato de terem sido produzidos e armazenados numa região desértica, nas proximidades do Mar Morto, os famosos manuscritos descobertos nas cavernas de Khirbet Qumram são uma exceção.

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