Amor, dedicação e serviço

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“Só Lucas está comigo”. (II Tm 4.11)

A Bíblia conta maravilhosas histórias de amizade, por exemplo, Davi e Jônatas. O livro de Provérbios diz que há amigos que nos são mais próximos do que um irmão (Pv 18.24). Já o Novo Testamento nos traz uma das mais belas histórias de amizade e dedicação: Lucas e Paulo. Porém, o Novo Testamento não nos revela muitos detalhes sobre a vida de Lucas, sendo que para descobrir um pouco sobre a sua história, temos que olhar para a vida e cartas do apóstolo Paulo.

Por intermédio de Paulo, sabemos que Lucas era médico (Cl 4.14). Parece que o primeiro encontro entre os dois ocorreu em Trôade (At 16.6-10), onde juntos partiram para a Macedônia. A primeira cidade Macedônia em que eles pregaram o Evangelho foi Filipos. Há historiadores cristãos que concordam que Lucas pastoreou aquela igreja por seis anos (51-57 d.C.).

Um dos grandes feitos da vida de Lucas foi sua presença nos momentos mais críticos da vida do apóstolo Paulo. Lucas não era o amigo somente para as horas fáceis e tranquilas, mas o amigo das horas difíceis e sombrias. Fazemos esta afirmação por que Lucas esteve com Paulo nas quatro vezes em que o apóstolo foi encarcerado: Jerusalém (At 21.17ss), Cesaréia (At 23.23), e duas vezes em Roma (At 28.26 e II Tm 4.10-11).

Mas é na última prisão de Paulo que a amizade foi realmente provada. “Só Lucas está comigo”, disse Paulo para seu discípulo Timóteo. Neste período, Paulo está esperando sua execução, que aconteceu, provavelmente, no ano de 68 d.C., por decapitação, por ordem de Nero. Todos os demais companheiros de Paulo o tinham deixado.

Que lição aprendemos com Lucas? Amor e dedicação! Penso que a dedicação de Lucas a Paulo prova o quanto o amor cristão é transformador. Lucas, um médico, homem que provou ser culto pela qualidade das obras que escreveu, abriu mão de vários anos de sua vida para acompanhar o apóstolo enquanto estava preso. Num desses períodos, na primeira prisão em Roma (At 28.16), Lucas redige sua obra: o evangelho de Lucas e Atos. Lembrando que estes dois livros também mostram a dedicação de Lucas a outro amigo, a saber, Teófilo (Lc 1.3; At 1.1).

A dedicação às pessoas é fruto do amor que transforma vidas. Nós temos uma fé que não pode ser vivida para nós mesmos, mas nossa fé deve se abrir para os outros. Nosso alvo é servir o nosso próximo (Tg 2.14-26). Deus nos escolheu para sermos um povo de boas obras (Ef 2.10; Tt 2.14).

Há um grande desejo por parte dos cristãos de serem líderes. O que não é negativo. No entanto, será que todos os que almejam a posição de liderança estão preparados para tal? Ou seja, será que os candidatos à liderança estão familiarizados com o que significa ser um líder sob a ótica de Cristo? Estão prontos para tomar do mesmo cálice que Jesus tomou? (Mc 10.32-45)

Não existe liderança cristã se não passar pelo teste do serviço. Servir é a natureza do ministério do nosso Senhor: “Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve.” Estas palavras são do Evangelho de Lucas 22.25-27. Lucas usou sua própria vida para nos escrever sobre o serviço e não apenas uma caneta. Assim como Lucas, sejamos praticantes do Evangelho e não meros ouvintes (Tg 1.22).

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