Heméra Kyríou e parousía: a última fase da exaltação do crucificado

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Introdução

Neste artigo serão dados todos os passos para a realização de uma pesquisa exegética com vistas a saber o significado e as implicações teológicas da frase “ἡμέρα κυρίου” – “o dia do Senhor” em 1 Tessalonicenses 5.2. Será empreendido um estudo sobre o contexto literário, teológico e canônico para se entender a razão da mudança vocabular na referida passagem: Paulo vinha usando o termo “παρουσία”, como, por exemplo, em 2.19; 3.13; 4.15, mas, em 5.2, passa a usar “ἡμέρα κυρίου”, por que o apóstolo fez isso? Queria ele rememorar um ensino teológico conhecido do Antigo Testamento e ecoado em Isaías e Amós (só para citas dois autores)? Sabemos que em Amós e Isaías (ליהוה יום) “o dia do Senhor” indicava o juízo divino (ver: 5.18), quando os soberbos (גאה) e orgulhosos (ורם) seriam humilhados (ושׁפל- ver: Isaías 2.12): é esse o sentido que Paulo tem em mente em 1 Tessalonicenses 5.2? Carregaria a frase “ἡμέρα κυρίου” as mesmas implicações teológicas de seu antecedente veterotestamentário: “ליהוה יום”? Esta pesquisa pretender responder a essa pergunta.

Estudo contextual

Contexto histórico da passagem

Tessalônica[1] já existia há 365 anos e era uma cidade livre por mais de um século quando o apóstolo Paulo a visitou pela primeira vez. Seu status de cidade livre provavelmente tenha sido conquistado quando ela na segunda guerra civil tomou o lado de Otávio.[2] Na condição de cidade livre preservava sua autonomia e tinha a sua administração própria conduzida pelos “πολιτάρχης” –“politárchês” (Lucas 17.6).[3] Segundo Estrabão[4] a cidade foi fundada por Cassandro que lhe deu o nome de sua esposa, que era irmã de Alexandre o Grande.[5] A cidade se encontrava sobre a via Egnatia, uma via expressa que se estendia desde o Diráquio sobre o Adriático até Constantinopla sobre o Bósforo, e dali para a Ásia Menor e o Oriente. A rua principal de Tessalônica era parte da mesma rota que unia Roma com o Oriente.[6]

O Oriente e o Ocidente convergiam em Tessalônica, dizia-se que estava “na saia” do império romano.[7] Sua população era de mais de 200.000 habitantes. Durante algum tempo disputou com Constantinopla a condição de candidata a capital do mundo.[8]

Os habitantes de Tessalônica eram na sua maioria de origem grega, mas havia também alguns romanos e muitos orientais.[9] Por sua localização favorável junto ao mar e a grande estrada imperial romana, Tessalônica experimentou um bom desenvolvimento portuário e comercial. Por causa dessas condições muitos judeus eram atraídos para ali. Em Tessalônica eles fundaram uma sinagoga e exerceram uma forte influência sobre os pagãos, fazendo com que alguns frequentassem a sinagoga e se tornassem “tementes a Deus”.[10] A cidade era um lugar estratégico na pretensão do cristianismo de se tornar uma religião mundial:[11]

É impossível exagerar a importância da chegada do cristianismo a Tessalônica. Se o cristianismo se estabelecia em Tessalônica estava também destinado a estender-se ao oriente pela Via Egnatia até conquistar toda a Ásia […]. O advento do cristianismo a Tessalônica foi um passo crucial na transformação do cristianismo em religião mundial

 O Evangelho chegou a Tessalônica por meio de Paulo e Silas, provavelmente no início do ano 50 d.C.[12] Eles haviam sido forçados por motivo de perseguição a sair prematuramente da cidade de Filipos (Atos 16.35-40). Dali eles partiram para Tessalônica pela via Egnatia, uma viagem de aproximadamente 160 km, passando por Anfípolis e Apolônia.[13]

Contexto literário da passagem

Uma leitura atenta da primeira carta aos Tessalonicenses poderá revelar um dos principais motivos para essa correspondência escrita do apóstolo Paulo: os destinatários originais da carta tinham muita dificuldade com escatologia individual. Estavam confusos quanto a real condição dos crentes que morreram: “Eles pensavam que os crentes que já haviam morrido estivessem, no retorno de Cristo, de alguma forma em desvantagem com relação aos que ainda estavam vivos”.[14] Com o objetivo de desfazer esse mal-entendido, Paulo afirma: “… nós os vivos… de modo algum precederemos os que dormem” (1 Ts. 4.15). Com essas palavras o apóstolo deixa claro que os mortos em Cristo não estão em desvantagem em relação aos crentes vivos por ocasião da segunda Vinda. Aliás, o retorno de Cristo é um tema que recebe muito destaque na Primeira carta, um a cada oito versos menciona a vinda do Senhor. Dos oitenta e nove versos de Primeira Tessalonicenses em onze deles é possível encontrar uma menção a Segunda Vinda, ver: 1.10; 2.19; 3.13; 4.13-18; 5.1-4,23.[15]

Esboço da estrutura literária da epístola

1.1-Saudação inicial

1.2-1 – Ação de graças

2.1-16 – O procedimento dos missionários em Tessalônica

2.17-3.13- A preocupação contínua de Paulo pela igreja

4.1-12-Encorajamento para o progresso ético

4.13-5.11- Instruções e encorajamento acerca da segunda vinda de Cristo

5.12-24- Instruções para a vida na igreja

5.25-28- Pedidos e Saudações finais.[16]

Contexto canônico

Tem sido afirmado que não ocorre uma única citação textual do Antigo Testamento na Primeira carta aos Tessalonicenses, contudo, ainda assim é possível dizer que Paulo ao escrever essa epístola estava tão dependente do Antigo Testamento, quanto estava de algumas passagens do Novo Testamento (ver: Mt. 24.43; Lc. 12.39,40). Um exemplo claro dessa dependência pode ser visto na expressão “o dia do Senhor”, um conceito bem conhecido do Antigo Testamento, ver: Is. 2.1-4.6-12; Jr. 46.10; Ez. 30.2,3; Sf. 1.14-18; Zc. 14; Am. 5.18-20. [17]

Estudo textual

Texto grego

GNT 4ª Ed. Revisada: αυτοι γαρ ακριβως οιδατε οτι ημερα κυριου ως κλεπτης εν νυκτι ουτως ερχεται.

Tradução literal

“Vós mesmos, pois com precisão sabeis que o dia do Senhor como ladrão em (a) noite vem”.

Tradução Dinâmica

“Vocês sabem com muita certeza que o dia do Senhor virá como um ladrão a noite”.

Estrutura clausal do texto

L1 αυτοι γαρ ακριβως οιδατε

L2 οτι ημερα κυριου ως κλεπτης

L3 εν νυκτι ουτως ερχεται.

Justificação dos limites e divisões da perícope

O início da perícope é demarcado pela expressão: “Οὐ θέλομεν”, “não queremos” (4.13); o final da perícope é fixado pelo vocábulo: “ποιεῖτε”, “fazeis” (5.11).

A perícope (1 Ts 4.13- 5.11): duas seções importantes

A primeira seção se inicia no verso 13 (do capítulo 4) e termina no verso 18, ela se desenvolve em torno dos seguintes assuntos: (1) a real situação dos mortos em Cristo por ocasião da vinda de Cristo; (2) a importância da crença na morte e ressurreição de Jesus; (3) e o encontro dos remidos com o senhor nos ares.  A segunda seção, se inicia no verso 1  e termina no  verso 11 do capítulo 5, ela  abarca os seguintes assuntos: (1) o dia do Senhor e (2) a necessidades dos crentes viverem como filhos da luz.

A crítica literária da primeira carta aos Tessalonicenses

A autenticidade da primeira carta é atestada por Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio e Orígenes.[18] Entretanto, alguns pesquisadores da escola de Tubingen têm feito objeções à autoria paulina, mas Carson [et al] tem afirmado que estas objeções não têm sido aceitas. É dado como certo por muitos autores que Paulo escreveu esta carta de Corinto perto do ano 50 d.C.[19]

O vocabulário da carta

Com base no texto grego de Westcott/Hort James Frame levantou o vocabulário de I Tessalonicenses. Segundo Frame o vocabulário da carta consistia de 362 palavras incluindo 30 partículas e 15 preposições.[20]

Comentário

O leitor da primeira carta aos Tessalonicenses tem como construir a partir das informações que encontra ali, um quadro muito nítido da preocupação escatológica mais inquietante daqueles crentes: alguns achavam que Cristo voltaria logo e, quando alguns deles morreram, os sobreviventes acharam que os falecidos perderiam todas as maravilhas da parúsia.[21] Entretanto, o apóstolo afirma que os crentes vivos não estarão à frente dos crentes mortos no evento da parousia, e para dar certeza a isso, ele usa a mais forte negação possível de um acontecimento futuro: “οὐ μὴ φθάσωμεν”, “de modo nenhum precederemos”. [22]

A crítica textual

Bruce M. Metzger[23] aponta dezenove lugares no texto da Primeira carta aos Tessalonicenses com variantes textuais: 1.1; 1.5; 1.7; 2.7; 2.12;  2.15;  2.16;  3.2; 3.13;  4.1; 4.9; 4.11; 4.13;  4.17;  5.4;  5.25; 5.27;  5.28;  5.28.  Roger L. Omanson[24] em Variantes Textuais do Novo Testamento (uma adaptação do comentário textual de Bruce Metzger) destacou seis segmentações importantes no texto da Primeira carta aos Tessalonicenses: 1.2; 1.2; 3.6; 5.16; 5.20; 5.2.

O conceito veterotestamentário de ἡμέρα κυρίου

O termo hebraico para “o dia do Senhor” é  ליהוה יום – nem sempre faz referência a eventos escatológicos, mas pode referir-se “a qualquer momento em que Yavé realiza uma ação importante e decisiva”.[25] A frase aparece com frequência nos escritos rabínicos em referência aos sofrimentos que precedem o estabelecimento da era messiânica.[26]

ליהוה יום no Antigo Testamento

Há muitos “Yom Yavé” narrados no Antigo Testamento: Is. 2.1-4.6-12; Jr 46.10; Ez 30.2,3; Sf 1.14-18; Zc 14 e Amós 5.18-20. Contudo, alguns autores acreditam que a reserva escatológica contida na expressão “dia do Senhor” apontava para um futuro, quando Deus virá punir os ímpios.[27]

ἡμέρα κυρίου e a luz da justiça divina

Para alguns autores o conceito “o dia do Senhor” deve ser visto como associado ao surgimento da luz (que simboliza a revelação e justiça divina). O contraste entre luz e trevas fica evidente em (1 Ts 5.4). Enquanto os incrédulos buscarão correr e se esconder desse dia (o dia do Senhor), em razão dos pecados que comentem sob o mandato da escuridão, os filhos da luz não terão o que temer.[28] Donald Guthrie concorda que Paulo expressa a ideia de “dia” em vínculo com a luz (…), e acrescenta: “a vinda do Senhor e a vinda da alvorada estão intimamente associadas (…).[29] O contraste entre luz e trevas, graça e juízo, sempre caracterizou a mensagem profética autêntica. Pois como observa J. Jeremias: “Há profundas razões para ser assim: graça e juízo andam juntos”. [30]

ἡμέρα κυρίου e a escatologia pré-profética

Geerhadus Voz argumentou que a frase “o dia do Senhor” é uma das provas para a existência de uma antiga escatologia pré-profética no Antigo Testamento. Ele reconheceu que ela se torna muito importante para a revelação do Novo Testamento como “o dia do Senhor”.[31]

A importância da frase “o dia do Senhor” para a escatologia neotestamentária é realmente muito grande. Será inglório tentar entender as descrições do Novo Testamento sobre a segunda Vinda sem relacionar esse evento com àquilo que os escritores do Antigo Testamento falaram sobre “o dia do Senhor”. Certo autor afirmou, inclusive, que todas as figuras e construções que pertencem a esse evento foram ligadas à segunda Vinda.[32]

ἡμέρα κυρίου: O dia de Cristo

Herman Ridderbos ressaltou que quando a expressão “o dia do Senhor” ocorre, sobretudo, em Paulo “e bem provável que por “Senhor” deva-se entender sempre “Cristo”. Essa mudança indicava como o apóstolo via o futuro glorioso concentrando-se em torno da pessoa de Cristo, ainda que a terminologia não fosse originalmente messiânica, mas sim teológica.[33] É possível ainda que tal mudança tivesse como objetivo lembrar o papel de Cristo como o agente divino para a aplicação do juízo final.[34]

O significado de  ἡμέρα κυρίου em 1 Ts. 5.2

Parece não haver dúvida que a expressão (ליהוה יום) – (O dia do Senhor) indicava dois aspectos importantes da mensagem profética veterotestamentária, quais sejam: o juízo e a salvação. O Novo Testamento parece preservar essa mesma perspectiva, isto é, que “o dia do Senhor” será um dia de punição para os descrentes e salvação para os crentes. É o dia da visitação final, quando Cristo estabelecerá o Reino de Deus no mundo, pondo fim a esse século e inaugurando um novo.[35] Esse não será um simples dia no calendário, mas um período inteiro que testemunhará a visitação redentora final de Deus em Cristo”.[36] Os primeiros cristãos olhavam para um futuro, quando Cristo virá como justificador e juiz.[37] Ele será o responsável (como agente divino) em aplicar o juízo final no mundo.[38] A ideia de um julgamento relacionado a parousia realmente parece emergir em (5.3.): “Quando andarem dizendo: paz e segurança (…) virá repentina destruição (…) de modo nenhum escaparão”. Com a “Vinda” vem também “o juízo”- (o dia do Senhor). Assim, para alguns autores a expressão “de modo nenhum escaparão”, indica a inevitabilidade do juízo para os ímpios.[39] Se esta for a interpretação correta, então, para Paulo “o dia do Senhor” significava “o grande ponto decisivo na história, quando grandes eventos escatológicos coincidirão: ressurreição física dos mortos, juízo final etc.”.[40] Para Charles Hodge a Vinda de Cristo para Julgar o mundo é o último passo em sua exaltação:[41]

Aquele que compareceu como um criminoso perante Pilatos, e fui injustamente condenado. E, que entre cruéis escárnios foi crucificado com malfeitores, voltará com grande poder e glória. Diante dele se reunirá todas as nações e todas as gerações dos homens, para receber de seus lábios sua definitiva sentença. Ele será então exaltado ante todas as inteligências como seu soberano juiz visível

Estudo teológico

Mensagem para todas as épocas

O dia do Senhor em Paulo aponta para uma época futura, em que Cristo virá para punir os ímpios e justificar seus seguidores.

Teologia do texto

O juízo divino está associado com o retorno de Cristo.

Implicações para a teologia bíblica

Apocalíptica: O Dia do Senhor – Vinda do Senhor -Teologia paulina.

Implicações para a Teologia Sistemática

Escatologia: Vinda do Senhor e Julgamento final.

Implicações para a teologia prática

O cristão deve se esforçar para viver em um padrão de vida moral e eticamente elevado. Ele deve estar ciente que Deus um dia castigará todos os homens ímpios.

Sermão

Tema: O dia do Senhor

  1. Será um dia de juízo
  2. Será um dia de consolo
  3. Será o início de um novo dia

Conclusão

Nesta breve pesquisa buscou-se levantar qual o significado e teologia de “hemera Kyriou” em 1 Tessalonicenses 5.12. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa do contexto histórico, literário e canônico dessa passagem. Esse último mostrou que Paulo ao escrever essa carta dependeu de certos ensinos do Antigo Testamento, um exemplo claro dessa dependência pode ser visto no uso da expressão “o dia do Senhor”.[42]

O Estudo textual iniciou-se com a apresentação do texto grego, a versão usada foi a GNT 4ª E.d. Revisada. Apresentou-se também uma tradução literal e dinâmica a partir do texto grego. Em seguida exibiu-se a estrutura clausal do texto grego, a qual foi seguida de tradução literal; fez-se também a justificação dos limites e divisões da perícope. Na parte que tratou da crítica literária aplicada a 1 Tessalonicenses, afirmou-se que para alguns autores, os questionamentos levantados contra a autoria paulina não se sustentam.

No comentário da passagem afirmou-se que os crentes tessalonicenses viviam uma inquietante preocupação escatológica acerca da condição dos crentes mortos por ocasião da Vinda de Cristo.

O estudo teológico teve início com uma apresentação da mensagem da passagem para todas as épocas, em seguida foi apresentada a teologia do texto; a implicação da passagem para a teologia Bíblica, Sistemática e Prática. Por fim, apresentou-se um esboço de sermão sobre o texto ora referido.

Ao final desta breve pesquisa pode-se afirmar que Paulo podia usar como intercambiáveis os termos: “ἡμέρα κυρίου” e “παρουσία”, pois ambos os eventos descritos por esses vocábulos estão interligados e são interdependentes.  Além disso, a mudança vocabular tinha por objetivo dar ênfase ao juízo divino quando do retorno de Cristo: não é possível falar sobre a “Segunda Vinda” sem dar destaque à função de Cristo como agente divino do juízo final. E, finalmente, concordamos com Charles Hodge quando ele afirma “que a Vinda de Cristo para Julgar o mundo é o último passo em sua exaltação”.

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[1] FRAME, James Everett. The International Critical Commentary A Critical and Exegetical Commentary on the Epistles of St. Paul To The Thessalonians. Edinburgh T.&T. Clark, 38 George Street 1912, p.2. Quando Paulo e seus companheiros visitaram Tessalônica ela já era uma cidade bem estabelecida com uma longa história, Cf.: STOTT, John. The Message of Thessalonians. Inter-Varsity Press 1991.  A cidade Tessalônica abrigou duas religiões de ministérios bem conhecidas: a religião de Dionísio, e a de Orfeu. Ambas praticavam o chamado culto da fertilidade (orgias selvagens), e tinham em comum o uso de símbolos fálicos e a prática de êxtases extravagantes, assim em: FIELDS, Wilbur. A New Commentary Work book: Thinking Through Thessalonians. College Press, Joplin, Missouri. Copyright, 1963(reprint 1971), p. 15.

[2] FRAME, James Everett. 1912, p.2.

[3] πολιτάρχης – Desse modo eram designados os membros das instâncias superiores das cidades macedônias. Cf. Wilfrid Haubeck & Heinrich von Siebenthal, Nova chave lingüística do Novo Testamento Grego: Mateus-Apocalipse. São Paulo: Targumim: Hagnos, 2009. p.821. Segundo alguns autores o número de politarches no tempo de Augustus era cinco e no tempo de Antoninus e Marcus Aurelius era seis, assim em: FRAME, James Everett. The International Critical Commentary A Critical and Exegetical Commentary on the Epistles of St. Paul To The Thessalonians. Edinburgh T.&T. Clark, 38 George Street 1912, p.2.

[4] Apud em FRAME, James Everett. 1912, p.2.

[5] Segundo William Barclay seu nome original era Therma que significa “fontes quentes”, dando o nome ao golfo onde se encontrava. A cidade foi reedificada com o nome de Tessalônica em 315 antes de Cristo por Cassandro. Barclay ainda afirma que seiscentos anos antes Heródoto a descrevia como uma grande cidade. Ali Xerxes o persa havia estabelecido sua base naval ao invadir a Europa, e até na época dos romanos era um dos maiores arsenais do mundo. Cf. BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. [s.l.], p. 11. Ver também: Fields, Wilbur. A New Commentary Work book: Thinking Through Thessalonians. College Press, Joplin, Missouri. Copyright, 1963 (reprint 1971), p.15.

[6] Próximo de Tessalônica estava o monte Olimpo, o mítico monte dos deuses, e isto, explicava a devoção aos deuses do panteão grego. Ver: BENWARE, Paul N. Panoroma del Nuevo Testamento. Editorial Portavoz, 1993.p. 171.

[7] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento [s.l.], p12.

[8] Ibid.,p.11.

[9] Cf. HENDRINKSEN, William. Comentario al Nuevo Testamento. Exposición de 1 y 2 Tesalonicenses. Libros Desafío. 2000.p.8.

[10]  Ibid.,p.8.

[11] BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento [s.l.], p.12

[12] FRAME, James Everett. The International Critical Commentary A Critical and Exegetical Commentary on the Epistles of St. Paul To The Thessalonians. Edinburgh T.&T. Clark, 1912, p.2.

[13] HENDRINKSEN, William. Comentario al Nuevo Testamento. Exposición de 1 y 2 Tesalonicenses. Libros Desafío. 2000.p.7.

[14] CARSON, D.A; BEALE, G.K. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.1086. “Quando Paulo esteve em Tessalônica havia ensinado que um dia o Senhor retornaria, e que isso iria ocorrer de súbito a todos os crentes. Evidentemente, havia ensinado que esse evento poderia acontecer a qualquer momento. Ocorre que quando morriam alguns crentes daquela comunidade, a igreja sentia-se tomada pela tristeza por acreditar que os mortos perderiam o lugar na parousia”, Cf: BENWARE, Paul N. Panoroma Del Nuevo Testamento. Editorial Portavoz, 1993. p.173.

[15] FIELDS, Wilbur. A New Commentary Work Book: Thinking Through Thessalonians. College Press, Joplin, Missouri. Copyright, 1963 (reprint 1971), p.12. Ver também: D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris, Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. p.393. Essa carta é uma fonte importante para se compreender como viviam os primeiros cristãos e quais eram suas expectativas e inquietações. Além disso, ela (mas também a segunda) tem uma importância vital para a compreensão de uma interpretação mais desenvolvida do pensamento cristão em Paulo assim em: MILLIGAN, George. St. Paul’l Epistles to the Thessalonians the Greek Text with Introduction and Notes. Macmillan and Co., Limited St. Martin’s Street, London, 1908, p.vii.  A Primeira carta aos Tessalonicenses permite ao leitor ter uma melhor visão da expectativa do apóstolo dos gentios em relação ao futuro e a sua visão da história, assim em: RIDDERBOS, Herman. A Teologia do Apóstolo Paulo. São Paulo: Cultura Cristã, 2ª edição, 2013, p.586. Embora nem todos possuam convicções claras acerca deste assunto (parousia), como observa Wilbur Fields, para Paulo, todavia, era uma verdade tremendamente importante (…) por causa da sua influência sobre os corações e as vidas das pessoas amadas por Deus, Cf.: FIELDS, Wilbur. A New Commentary Work book: Thinking Through Thessalonians. College Press, Joplin, Missouri. Copyright, 1963 (reprint 1971), p.12-13. Outros motivos para a composição de 1 Tessalonicenses seriam: (1) assegurar os crentes Tessalonicenses acerca do amor e interesse de Paulo por eles. (2) E encorajá-los a viver uma vida santa e agradável ao senhor. O apóstolo estava feliz pelo crescimento deles na vida cristã, porém, desejava que eles avançassem mais e mais, Cf.: BENWARE, Paul N. Panoroma Del Nuevo Testamento. Editorial Portavoz, 1993. p.170- 171.

[16] Esboço de 1ª Tessalonicenses foi proposto por I. Howard Marshall ver: D. A. CARSON et al., Comentário bíblico: Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009. p.1921,1922.  A comunicação de Paulo com a igreja de Tessalônica era importante porque sua ausência estava sendo destacada como um sinal da falta de interesse pela igreja, e ele e os outros missionários estavam sendo objeto de uma campanha de boatos que tinham a intenção de mostrar que eles não eram nada melhores do que os bandos comuns de charlatães mágico-filosóficos (1 Ts 2.3-12,17-20), assim em: BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2008. p.2029. Além disso, alguns judeus alegavam que Paulo interessava-se apenas por ser bajulado pelos tessalonicenses e tinha falsos pretextos para cobrir a sua ganância. E o golpe fatal contra a reputação do apóstolo teria sido: “ele não retornou porque não se importava com os convertidos tessalonicenses. Todas essas investidas contra a reputação de Paulo precisavam ser dirimidas e o instrumento para fazê-lo teria sido a escrituração de 1 Tessalonicenses, ver: FRAME, James Everett. The International Critical Commentary A Critical and Exegetical Commentary on the Epistles of St. Paul To The Thessalonians. Edinburgh T.&T. Clark, 1912, p.10.

[17] Jeffrey A. D. Weima afirma enfaticamente que não há sequer uma única citação textual do Antigo Testamento nas duas cartas aos Tessalonicenses. Contudo, ele observa que 1 Tessalonicenses(mas também 2 Tessalonicenses) tem uma significativa dívida para com as Escrituras hebraicas(…) “o vocabulário de Paulo, as metáforas e a estrutura teológica na correspondência aos Tessalonicenses revelam a influência do Antigo Testamento em aspectos tanto de pouca importância quanto mais significativos”. Cf. G. K. Beale e D. A. Carson (org.), Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014, p.1076-1087.

[18] JAMIESON, Robert; FAUSSET, A. R; BROWN, David. Comentario Exegetico y Explicativo de La Biblia Tomo II: El Nuevo Testamento. Casa Bautista de Publicacione, 2002.p.581.

[19] CARSON, D.A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. p.378-382.

[20] FRAME, James Everett,1912, p.28-37.

[21] CARSON, D.A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon,1997. p.388. O ensino de Paulo sobre a parousia realmente foi muito mal-entendido pelos Tessalonicenses: “Alguns diziam que Paulo havia declarado que Jesus iria retornar de imediato, e disso tiraram algumas conclusões que os levaram à ociosidade e ao fanatismo”, assim em: ROBERTSON, A. T. Comentario al texto Griego Del Nuevo Testamento. Editorial Clie, 2003. p.522.

[22] Assim em: Haubeck, Wilfrid, Siebenthal, Heinrich von. Nova chave linguística do Novo Testamento Grego: Mateus-Apocalipse. São Paulo: Targumim: Hagnos, 2009, p.1150. Stott observa que os dois problemas distintos que mais têm fascinado a mente cristã e não-cristã são: o que acontece após a morte. E (…) veremos os mortos novamente? A segunda diz respeito ao que irá ocorrer no final do mundo. Existe um dia do acerto de contas, e se é assim, como podemos nos preparar para isso? O primeiro é o problema do luto, e diz respeito a outros que já morreram. O segundo é o problema do julgamento, e nos preocupa também, ver: STOTT, John, The Message of Thessalonians. Inter-Varsity Press 1991. [n.p.].

[23] METZGER, Bruce. Un Comentario Textual Al Nuevo Testamento Griego. Cuarta edición revisada. Sociedades Bíblicas Unidas. p.557-562.

[24] OMANSON, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento. Análise e avaliação do aparato crítico de “O Novo Testamento Grego”. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. p.436-442.

[25] BUSWELL, Jr, J. Oliver. Teología Sistemática. 2005 Logoi, Inc. 2da. Edición.p.740.

[26] BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2008.p.2036-2037.

[27] CARSON, D.A; BEALE, G.K. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014.p.1087. Como Berkhof observou, “o dia do Senhor é o grande ponto decisivo na história… Nessa ocasião Deus destruirá todos os poderes hostis ao reino de Deus, ver: BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 4ª edição  Revisada: São Paulo: Cultura Cristã,2012. p.651.

[28] CARSON, D.A [ et. al.]. Comentário Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova,2009.p.1929.

[29] GUTHRIE, Donald. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. p.808-809.

[30] JEREMIAS, J. Teologia do Novo Testamento: Nova Edição Revisada e Atualizada. São Paulo: Hagnos, 2008, p.195.

[31] VOS, Geerhadus. Teologia Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.p.352.

[32] Cf. BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento [s.l.].

[33] RIDDERBOS, Herman. A Teologia do Apóstolo Paulo. Cultura Cristã, 2013.p.589. Peter E. Cousins também defende que não se deve fazer qualquer distinção entre “o dia do Senhor” e “o dia de Jesus Cristo”: “…Em vista do fato de que Jesus é chamado Senhor em todo o Novo Testamento, é desnecessário distinguir entre “o dia do Senhor” e “ o dia de (nosso Senhor Jesus) Cristo”, ver: BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2008.p.2037.

[34] CARSON, D.A.; BEALE, G.K. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014.p.1087. J. I. Packer ainda argumentou: Por toda a Escritura, a indignação, ira, fúria de Deus, de que se fala com frequência é judicativa; estas palavras sempre indicam o Santo Criador julgando ativamente o pecado, do modo como a ira faz aqui, e conclui: A mensagem do juízo vindouro para toda a humanidade, com Jesus Cristo completando a obra de seu reino mediatário, agindo como juiz em nome de seu Pai, estende-se por todo o Novo Testamento, ver: PACKER, J. I. Teologia Concisa. Campinas –SP: Luz Para o Caminho, 1998. p.234,235.

[35] Cf. LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo, Hagnos, 2003.p.742. John Stott argumentou que foi por conta da iminência do juízo que os tessalonicenses estavam perguntando a Paulo acerca do tempo (chronoi) e da data (Kairoi), como os discípulos haviam perguntado a Jesus em outro momento. Normalmente chronos significa um período de tempo e kairos um ponto do tempo: uma crise ou oportunidade. Mas, Stott observa, “não parece que Paulo está fazendo esta distinção aqui”. Por que, então, os Tessalonicenses foram levantar essa questão? Não, ao que parece, por curiosidade, mas sim por uma razão muito prática: eles queriam fazer os preparativos adequados para o dia do julgamento. Eles pensavam que poderiam mais facilmente se preparar para a vinda de Cristo no julgamento se eles pudessem saber quando isso fosse ocorrer. Isso era ingênuo, mas, perfeitamente compreensível, assim em: STOTT, John. The Message of Thessalonians. Inter-Varsity Press 1991. [s.p.].

[36] LADD, George Eldon, 2003, p.742.

[37] CARSON, D.A.; BEALE, G.K. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014.p.1087.

[38] Guthrie afirma que não é sempre fácil dar este significado à frase “o dia do Senhor”, ver: GUTHRIE, Donald. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2011. p.808-809.  Hermann Bavinck argumentou “no seu retorno, Cristo virá para julgar e dividir”, ver: BAVINCK, Hermann. Teologia Sistemática. SOCEP, 2001. p.609

[39] CARSON, D.A. et al. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014. p.1088-1089.

[40] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2012. p.651.

[41] HODGE, Charles. Teología Sistemática. Volumen II. Editorial Clie, 1991.p.251.

[42] Acreditamos que Paulo em 1 Tessalonicenses 5.2 está realmente rememorando e ampliando um ensino do Antigo Testamento. Essa opinião parece válida mesmo diante do argumento de que o apóstolo não está citando àquela parte das Escrituras textualmente, pois em muitos outros casos no Novo Testamento há alusões a ensinos do Antigo Testamento, mesmo sem haver a citação textual. O Apocalipse, por exemplo, é o livro do Novo Testamento mais dependente do Antigo Testamento, em quase todos os seus versículos são encontrados ecos e alusões, mas, como se sabe, poucas são as citações de forma de direta, como observam G. K. Beale e Sean M. McDonough, ver: CARSON, D.A.; BEALE, G.K. Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2014.p.1318.

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