A Busca pela Felicidade

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No passado um grande pensador, chamado Blaise Pascal, escreveu algo muito interessante:

Todas as pessoas buscam a felicidade. Não há exceção para isso. Sejam quais forem os meios diferentes que empreguem, todos objetivam esse alvo. A razão de alguns irem à guerra, e de outros a evitarem, é o mesmo desejo em ambos, visto de perspectivas diferentes. A vontade nunca dará o último passo em outra direção. Esse é o motivo de cada ação de todo ser humano, mesmo dos que se enforcam.

A busca pela felicidade faz parte de cada ação, de cada movimento e de cada pensamento do ser humano inserido nesse mundo. A felicidade a qual Pascal se referia, e a qual vou me referir, não é aquela sensação de alegria, não é um estar feliz, mas um estado de contentamento, de satisfação. Assim, todos buscam não apenas estar feliz, mas ser feliz, viver em felicidade.

Durante toda a história, muitos filósofos lidaram com a questão da felicidade: Como pode o homem ser feliz? Qual a melhor maneira de viver a vida para ser feliz? É possível ser feliz?

Desde a Grécia antiga até os mais recentes pensadores, estas questões têm sido tratadas. No entanto, mais do que uma mera questão intelectual, a busca pela felicidade é uma questão prática que interessa a cada um de nós.

Observando a sociedade a qual vivemos, podemos notar que certo tipo de pensamento acerca da busca pela felicidade domina a mente dos homens em geral. Este pensamento está impregnado em nossa cultura, em nossa forma de pensar e de se comportar. Este pensamento a que me refiro é chamado pelos estudiosos de existencialismo.
O existencialismo foi um sistema filosófico surgido há mais de um século. Basicamente, esse sistema tentava entender como pode o ser humano dar sentido à sua vida neste mundo desesperador. Como pode o homem ser feliz, neste mundo infeliz?

Alguns existencialistas chamados cristãos diziam que a resposta estava em ter fé, fé em um Deus que nem ao menos podemos ter certeza que existe. Ou seja, não importa se Deus existe ou não, o importante é ter essa crença, pois só assim pode a vida do homem ter algum sentido.

No entanto, um existencialismo ateu foi desenvolvido por vários filósofos. Esse tipo de existencialismo ensina que a vida é um absurdo, é um desespero. Precisamos então buscar neste mundo alguma razão, algum motivo pelo qual viver. Se não encontrarmos, é necessário encontrar uma saída válida, ainda que seja o suicídio.

Esse tipo de existencialismo ateu saiu das faculdades, dominou as artes, as mídias e se impregnou na mentalidade popular. Vivemos em uma sociedade que busca a felicidade a todo custo, mas sem Deus. Os homens vivem em busca de algo que os dê algum motivo para viver, para se alegrarem, para sentirem-se satisfeitos em um mundo marcado por sofrimento, ódio e tristeza.

Exemplo disso é uma música bem famosa, composta por uma banda iniciada dentro de uma universidade dominada pelo existencialismo. Esta música diz o seguinte:

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway.

 
Note que nesta letra, a Highway representa a estrada da vida. É uma estrada, deserta, onde todos que estão nela estão sós e não sabem para onde vão. Mas eles não precisam saber, pois a única coisa que eles devem saber é que estão vivos e precisam viver. Então é por isso que ele diz “você me faz correr os riscos dessa Highway”. Ou seja, para o autor dessa letra, era uma garota quem dava sentido à sua vida, quem dava um motivo, mesmo que temporal, para caminhar na Highway.

É essa a mentalidade que se impregnou em nossa sociedade como um todo. Os homens desenvolverem meios para fazer suas vidas valerem a pena. Pode ser desde um time de futebol, até o auto cargo político; nossa sociedade busca a felicidade neste mundo à parte de Deus, sem considerar a eternidade. Vivemos em um mundo marcado pela filosofia do “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”.

A Palavra de Deus contém um livro que foi escrito para investigar a vida, e como pode o homem viver feliz em sua existência neste mundo. Este livro é Eclesiastes. Sem entrar no mérito da autoria, podemos admitir com segurança que foi Salomão o autor.

O livro de Eclesiastes contém o registro da análise de Salomão acerca da natureza da vida. O sábio Salomão investiga as suas atividades e as atividades dos homens para entender como pode o homem viver feliz durante os dias de sua vida.

 Salomão já inicia o seu livro afirmando “vaidade de vaidades, diz o Pregador, tudo é vaidade”. Essa palavra muito comum neste livro literalmente significa um suspiro, um bafo. Ela representa a falta de bases sólidas, de resistência. O que Salomão quer dizer é que tudo nesta vida é uma grande inutilidade, um grande absurdo. Não há nada em que podemos nos escorar e descansar.

Essa ideia é desenvolvida no primeiro capítulo. O Pregador tenta demonstrar que a vida debaixo do sol, a vida do homem sem Deus é um grande absurdo, uma grande inutilidade.

Depois desse poema no primeiro capítulo, o livro de Eclesiastes pode ser dividido em três seções: a primeira, que vai do capítulo 1 até o começo do capítulo 6 descreve um série de investigações de Salomão. A segunda, do restante de 6 ao 12.8 relatam as conclusões de Salomão. Por fim, no final do capítulo 12, Salomão apresenta um conselho final.
No entanto, eu gostaria de chamar a sua atenção para o capítulo 2. Neste capítulo, Salomão focaliza  sua jornada em busca pela felicidade: Ele investiga se é possível ao homem encontrar a felicidade nesta vida.

Com a leitura e exposição deste texto, quero conduzi-los os irmãos e leitores a uma análise pessoal,   pensar em nossas vidas e em nossas atividades e partir disso levantar algumas questões: Onde temos buscado a felicidade? O que temos considerado ser capaz de nos trazer plena satisfação? O que é aquilo que achamos que pode trazer descanso ao nosso coração?

Vamos ler este capítulo, orar e estudá-lo para empreendermos essa profunda análise pessoal.
 

Introdução

Disse comigo: vamos

Salomão começa afirmando que tomou uma decisão bem pessoal. Ele tomou uma decisão baseado em seus próprios raciocínios, uma decisão independente.

Prova, pois, a alegria. Goza, pois, a felicidade.

Esta decisão está expressa nessas duas orações. Observe estes dois verbos, “provar” e “gozar”. A ideia de “provar” é realizar um teste. A ideia de “gozar” tem o sentido básico de “ver com os próprios olhos”. Essa ideia se torna mais clara a parti do meu exemplo: Eu só soube, por exemplo, o quanto era bom ser pai quando tomei o Benjamim nos braços. Ou seja, eu senti na pele essa experiência.

 Salomão, portanto, está se propondo um teste, um desafio. Está se lançando a uma pesquisa. Deseja realizar uma descoberta pessoal. Mas que descoberta é essa?

Ele quer descobrir a alegria e a felicidade. Salomão está se propondo, então, a sentir em sua própria pele, em ver com os seus próprios olhos o que há de melhor na vida, o que mais realiza o homem e o que traz satisfação. Esse é o desafio que Salomão fez a si mesmo. O desafio de descobrir por meio de sua própria experiência o que era capaz de trazer alegria e felicidade ao ser humano.

Mas também isso era vaidade.

No entanto, Salomão já nos antecipa o resultado de sua busca. Avisa-nos que nem a alegria nem a felicidade oferecida e experimentada neste mundo podem satisfazer o coração do homem. Não são os divertimentos desta vida, nem tampouco aquilo que é tido como bom que podem dar uma sólida realização à vida do homem. Pelo contrário, tudo o que este mundo pode oferecer é  passageiro, superficial, sem sentido e, por isso, completamente vazio. Salomão, portanto, antecipa as palavras de Jesus quando disse que o homem que deseja ganhar a vida, na verdade estará perdendo.

Neste primeiro versículo, então, Salomão está nos preparando para aquilo que ele vai dizer logo em seguida. Irá nos apresentar como levou adiante a sua busca pela realização pessoal por meio deste mundo, sem Deus. No entanto, ele antecipa que antes de desejarmos ter o que ele teve, sentir o que ele sentiu em sua jornada, saibamos  que nada, absolutamente nada disso pode realmente dar prazer e satisfação ao coração do homem.

O versículo 2, assim, apenas encerra a conclusão prévia feita no v.1. Aqui, Salomão demonstra que nem o riso, nem a alegria são capazes de suprir a enorme carência do coração. Os prazeres e realizações deste mundo são incapazes de trazer descanso ao nosso coração. Pelo contrário, ele afirma que o riso é loucura, em outras palavras, endoida a nossa mente, e a alegria não produz realmente nada de significante em nós.

Resolvi no meu coração dar-me ao vinho, regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me à loucura (2.3).

Agora, preste bem atenção aqui no versículo 3. Já vimos que Salomão se propôs a um desafio, de sentir em sua pele tudo aquilo que traz alegria e felicidade ao homem.

Neste versículo 3, Salomão interessantemente nos diz o método que utilizou. E para nos contar esse método, se valeu de uma imagem bem presente no seu dia a dia, a de uma carruagem. Estes três verbos “dar”, “reger” e “entregar” apontam para o que acontece no processo de uma carruagem real.

Quando é dito, por exemplo, que ele resolveu dar-se ao vinho, a imagem é que a carruagem da sua vida será levada pelo vinho, assim como um cavalo leva a carruagem real. Por vinho, Salomão se refere a todo tipo de prazer. A ideia é aquilo que chamamos de “ter uma vida-boa”, ou ter qualidade de vida. Em sua época, quem comia bem e quem bebia bem era tido como alguém que tinha uma vida regalada e feliz. Por isso que o louco da parábola disse “come, bebe e regala-te”.
 Salomão estava preconizando o que Zeca Pagodinho disse há alguns anos “deixa a vida me levar, vida leva eu”. A grande influencia na vida de Salomão seria a busca por uma boa vida, uma vida de qualidade. Esse era o cavalo que puxaria a carruagem de sua vida. Era essa ideia de buscar uma vida boa que o moveria diariamente.

No entanto, essa carruagem deveria ter um motorista, a sabedoria. Esta serviria para evitar os excessos que culminariam em sua própria destruição. Assim como o motorista de uma carruagem deve guiar o cavalo para que este não caia em uma vala, a sabedoria guiaria a busca pela vida prazerosa de Salomão.

Por fim, uma carruagem precisa ter um caminho por onde andar, e Salomão declara que a carruagem de sua vida andaria no caminho da loucura. Loucura aqui não deve ser entendida no sentido moderno, de falta de um correto funcionamento mental. Loucura é muitas vezes traduzida como tolice, insensatez. Ou seja, Salomão está se entregando ao caminho dos tolos, dos insensatos. Ele está assumindo para si o estilo de vida típico daqueles que são idiotas. Em outras palavras, Salomão está querendo viver a vida como vive um homem típico do mundo, a vida sem Deus, autodirigida, sem a Lei de Deus, sem o conselho de Deus baseada em seus próprios raciocínios e intenções.
Portanto, o desafio de Salomão era descobrir a alegria e a felicidade nesta vida. O seu método seria viver em função da ideia da busca por uma qualidade de vida, guiado pela sua sabedoria, por meio do estilo de vida típico das pessoas deste mundo.

Assim, depois de apresentar o desafio e o método, percebemos aqui o propósito da jornada de Salomão. Ele diz: “Até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens”. Salomão está declarando aqui o seu propósito: descobrir o que é melhor na vida. A palavra “melhor” é a mesma traduzida por “felicidade” no versículo 1. A ideia é a mesma, o que realmente satisfaz o coração do homem, o que mais pode deixar um ser humano realizado, o que pode trazer real descanso, real paz, real alegria e contentamento ao coração humano. Ou seja, o propósito de Salomão é ser feliz, ter uma vida feliz.

Mas por último, depois de apresentar o desafio, o método e o propósito, Salomão revela o seu campo de estudos: “Debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida”.
 Primeiro, sua pesquisa focalizará “os filhos dos homens”. Salomão está partindo do homem e de suas atividades para descobrir o que é felicidade.

Segundo, seu exame será o que os homens fazem “debaixo do céu”, desconsiderando o sobrenatural, o transcendente, o próprio Deus. Salomão quer saber como adquirir a felicidade à parte de Deus.
Por último, a análise não contará com a ideia de eternidade. Salomão não está preocupado com o que acontecerá depois da morte, mas com a vida.

Enfim, deixe-me resumir a introdução que Salomão faz à sua jornada em busca pela felicidade. Ele diz que se propôs um desafio, o de sentir plena alegria e felicidade. Depois apontou o método, o propósito e o campo de estudos. Assim, Salomão tentará responder a uma pergunta muito interessante:

Pode o homem ser feliz longe de Deus? Pode o ser humano encontrar a felicidade sem considerar a vontade de Deus? É possível encontrar um sentido para a vida, uma razão de viver, um descanso para o coração à parte de Deus, apenas debaixo do céu?
         
Portanto, a partir dos versículos 4 em diante, o que vemos é o relato da jornada de Salomão em busca da sua felicidade. Agora veremos Salomão atuando, tentando ser feliz. E o que percebemos é que a jornada de Salomão em busca da felicidade foi marcada por três tentativas. Três tentativas diferentes para descobrir onde residia a felicidade.
A primeira tentativa de Salomão para encontrar a felicidade foi:

I. Por meio do prazer, sentindo os prazeres desta vida
Do versículo 4-10, Salomão nos conta como tentou encontrar nos mais diversos prazeres desta vida a felicidade. Vejam cada um dos prazeres sentidos intensamente por Salomão.

1.1. O prazer das grandes realizações
Os versículos 4, 5 e 6 resumem bem a amplitude das realizações de Salomão. Observe que toda a descrição está no plural, são obras, casas, vinhas, jardins, pomares, açudes e um bosque com grandes árvores; e tudo isso é um simples resumo de todas as suas realizações, que você pode conferir muitas outras lendo o livro de 1Reis.

 Grandes realizações realmente trazem muito prazer ao ser humano. Desde pequeno gostamos dos grandes feitos. Pequeninos, buscamos um desenho bonito, depois ser o mais esperto na escola, ganhar campeonatos. Aí quando vamos crescendo, queremos ser o melhor violonista, o mais inteligente, o que namora a garota mais bonita. Depois, almejamos uma casa melhor, quem sabe uma casa na praia, ou no campo, ou um carrão, ou quem sabe carrões. Enfim, em diferentes escalas, as realizações pessoais trazem prazer às nossas almas.

Quem não gosta de se sentir como Nabucodonosor quando estava caminhando pelo seu palácio, Olhou a grande Babilônia e disse: “Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?”

O que percebemos aqui é que Salomão realmente foi um homem de grandes realizações, e pôde sentir em sua pele todo o prazer que as realizações oferecem.

1.2. O prazer do conforto

Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém (2.7).

Observe a vida confortada que Salomão tinha. Ele afirma que tinha tantos servos, que chegou a possuir uma segunda geração de servos. Ou seja, Salomão não precisava pregar um “prego na barra de sabão”, se é que havia sabão naquela época. Ele não precisava se preocupar com nada, não precisava lavar a louça de casa, nem lavar o seu carro, nem preparar sua comida. Ele tinha o que chamamos de “vida boa”, ou “vida mansa”.


E quem não gosta de uma vida mansa? Quem não gosta de deitar-se despreocupadamente em uma rede em um local sossegado e ter tudo em suas mãos?

Nós somos pessoas ávidas por conforto. Queremos conforto no carro, em casa, no banco, na escola. Especialmente nós, brasileiros, da cultura do jeitinho, quase não podemos escapar do gosto pelo ócio, marca do nosso povo.

1.3. O prazer das riquezas

Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de rei e de províncias (2.8)

 Falaremos mais sobre as riquezas de Salomão mais adiante. Mas aqui, Salomão está chamando a nossa atenção para o prazer que ele tinha com toda a sua riqueza. Salomão era um tipo tio Patinhas,  se regalava com toda a sua riqueza.

Apesar de achar que o principal efeito do dinheiro é o senso de poder, como veremos mais adiante, ter muitos bens é algo muito prazeroso. Há pessoas que sentem prazer em simplesmente ter dinheiro. Não é o prazer no que eles podem fazer com seu dinheiro, mas prazer em ter dinheiro. Há pessoas que seu humor é regulado de acordo com a conta bancária.

 Vemos que sentir prazer com riqueza não foi um problema para Salomão.

1.4. O prazer estético

Provi-me de cantores e cantoras (2.8b)

 Para mim, esse é um dos maiores prazeres que Deus permite que o homem tenha, o prazer com as artes. É muito prazeroso ouvir um instrumento bem tocado, um coral em perfeita harmonia. Eu, particularmente, sinto um prazer enorme em ouvir o meu compositor predileto, Mozart. Geralmente quem não aprecia nenhum tipo de arte, possui algum problema.
           Salomão pôde sentir bastante o prazer estético. Tinha cantores e cantoras em casa e, certamente, os melhores instrumentistas.

1.5. O prazer do sexo

E das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres (2.8c)

 Salomão narra aqui aquilo que realmente marcou a sua busca pelo prazer. Quando ele diz que se proveu das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres, está afirmando que seu apetite sexual não teve nenhuma limitação, nenhum freio. Ele possuía as melhores mulheres, as mais bonitas, e em quantidade. Sabemos que ele chegou a ter 1.000 mulheres a sua disposição.

 É aqui que nós começamos a descobrir que algo realmente estava errado com Salomão. C. S. Lewis usou uma ilustração para demonstrar a bestialidade dessa busca desenfreada pelo prazer sexual. Ele ilustra perguntando se haveria algo de estranho em homens esfomeados babar por um prato de comida. Claro que não. Mas estranharíamos se víssemos homens saciados babando por um prato de comida.

Pois esse era o estado de Salomão. Completamente desenfreado pelo prazer sexual. E esse é o estado de nossa sociedade. Milhões de sites de pornografia estão disponíveis na internet. O mercado da pornografia é quase ou mais rico que o mercado de filmes de Hollywood. A televisão não cansa de oferecer este prato de comida a bestas insaciados. E muitos estão dominados por esta busca desenfreada, por isso nossa sociedade é marcada por adultério, estupros, homossexualismo, pornografia e muitas outras práticas sexuais.

O que vemos, portanto, é que principalmente neste prazer, Salomão pôde sentir o máximo que alguém poderia desfrutar nesta vida.

Eu poderia ainda mencionar o prazer do sucesso (v. 9), e o prazer da autossatisfação (v.10), mas o que foi dito sobre a busca pelo prazer já foi o suficiente. O que  quero chamar atenção é para o veredito dado por Salomão depois desta sua jornada em busca do prazer.

O VEREDITO

Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol (2.11).

 
Depois de considerar atentamente toda a sua busca pela felicidade por meio dos prazeres dessa vida, a conclusão que Salomão chega é: 

Tudo é vaidade, tudo é inútil.

 Tudo é correr atrás do vento. Não nos satisfaz, não nos deixa contente, escapa de nossas mãos. Nenhum proveito havia debaixo do sol. Em suma, definitivamente a felicidade nesta vida não é alcançada pelo prazer.

 Aplicação 
  Amigos leitores, irmãos, reflitam:  O que os motivam a levantar todos os dias e ir trabalhar, ou estudar, ou realizar qualquer outra atividade? Será que pode ser o desejo por sentir o prazer das realizações? Ter um carrão, uma casona, ou ser o melhor na sua atividade. Não que ter isso seja pecado, mas será que não é nisso que você deposita as esperanças da sua felicidade?

Ou será que é o conforto que você quer tanto? Ou riquezas, reflitam sobre isso: Tentem perceber se não é a busca pelo prazer que movem suas vidas, que faz acordarem todos os dias. Imaginem, vocês sem suas casas, seus bens, sem o conforto, ou sem dinheiro. Seriam felizes?

E quanto ao sexo? Qual o lugar que este prazer ocupa nas suas vidas? Ele os dominam, ou vocês o dominam?
Queridos, não pode ser o prazer o que nos traz felicidade, pois todo tipo de prazer oferecido nesta vida é passageiro. Ninguém sente prazer sempre na mesma coisa, pois ou enjoamos, ou vamos sempre querer mais.

Por exemplo, o prazer do beijo dos namorados de hoje não vale mais para amanhã. O prazer de uma compra realizada hoje não vale mais para amanhã. O prazer da relação sexual de hoje não vale mais para amanhã. Enfim, prazer é algo que sempre nos escapa e nunca nos completa. É por isso que Salomão diz que é como correr atrás do vento.

Se forem os prazeres deste mundo que nos faz viver, e querer continuar vivendo, estamos matando a nós mesmos pouco a pouco e nos iludindo mais e mais.

A segunda tentativa de Salomão para alcançar a felicidade foi:

2. Por meio do saber, ou pelo conhecimento.

Então, passei a considerar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia. Que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.

 
O “então” marca o início dessa nova busca. A busca começa por considerar o que é melhor, ser sábio ou ser tolo? Daí, Salomão percebe um fato muito interessante, o fato de que ele haveria de deixar seguidores, ou sucessores dele. Que o seu reinado é uma dinastia e que, por isso, ele deixaria um legado para os seus sucessores. Por isso ele conclui:

Então, vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do que as trevas.

 
Em vistas do fato de que ele haveria de ter seguidores, Salomão concluiu que bem melhor é ser sábio, é ser inteligente, é possuir e adquirir o conhecimento teórico e prático da vida. É melhor ser um “iluminado” do que andar em trevas.

Mas esse não é o único motivo para Salomão querer buscar no saber a sua felicidade. O outro motivo está no versículo seguinte: 

Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas.

 
Essa expressão “os olhos do sábio estão na sua cabeça”, em outras palavras, significa que o sábio sabe por onde andar, ele enxerga com seus próprios olhos. Ou seja, aquele que detém o conhecimento adquire certa dose de autonomia, de autossuficiência, ao contrário dos que não tem.

Ou seja, vemos aqui na busca de Salomão que o conhecimento traz três grandes vantagens ao homem deste mundo: status, seguidores e autossuficiência. E de fato sabemos que Salomão foi um homem muito sábio, muito conhecedor. O texto de 1Rs 4:29-34 diz assim:

Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. Era mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as nações em redor. Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro; também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes. De todos os povos vinha gente a ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.

 
Observe que esse texto ressalta o status, a admiração e a autossuficiência de Salomão. Seu status era do mais sábio de todos os homens. Seus admiradores estavam espalhados por toda a terra. E ele, sozinho, era capaz de discorrer sobre qualquer assunto. Pelos seus escritos, sabemos que Salomão era capaz de falar de matemática, botânica, biologia, construção civil, medicina, psicologia, teologia, história e certamente era um homem muito versado em poesia, cânticos e prosa hebraica.


Se você já fica maravilhado com homens como D.A. Carson, Jonathan Edwards e João Calvino que foram capazes de discorrer sobre tantos assuntos distintos, certamente ficaria encantado com a amplitude e a profundidade do conhecimento de Salomão. Mas será que isso foi o suficiente? Será que agora Salomão encontrou a sua razão de viver? A sua felicidade?

O Veredito

Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade. Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto! Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento (2.15).


Salomão agora dá o seu veredito. Para e pensa consigo mesmo que mesmo o conhecimento é incapaz de trazer a felicidade. Na língua original, há uma ênfase nessa expressão “como acontece ao estulto, assim me sucede a mim”. A ênfase dada é: “o que acontece ao tolo, acontece comigo, sim, comigo, o mais sábio de todos os homens”. Ou seja, o mais sábio dos reis, o mais sábio de todos os homens olha na realidade ao seu redor e vê o que tem acontecido com ele, as circunstancias que o rodeiam e o destino que o espera, inclusive a morte e conclui: As mesmas coisas que acontecem comigo, acontecem também até com o mais tolo dos tolos. Por isso, a sabedoria não pode trazer a verdadeira felicidade.


Aqui, Salomão está dizendo que a vida é frágil para todo mundo. Todos estamos sujeitos aos acidentes desta vida. Doenças, tristezas, traições, e mesmo a morte acontece tanto ao sábio quanto ao tolo. O que adianta entender grandes verdades acerca da vida se não podemos nos proteger o suficiente dos males e sofrimentos que ela traz? E por isso ele conclui? “Por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade.”
O veredito de Salomão, portanto, é: A sabedoria, o conhecimento, a inteligência são incapazes de trazer a plena felicidade.

Aplicação
Em um mundo marcado pelo pragmatismo, a busca pelo conhecimento como razão de vida tem cada vez menos acontecido. No entanto, peço licença aos irmãos e leitores para me dirigir a uma classe que corre sérios riscos de depositar no conhecimento e nos seus benefícios a sua esperança de felicidade: refiro-me aos estudantes de teologia.

Ultimamente tem-se percebido um interesse muito grande por parte de jovens de 18 a 25 anos pelos estudos teológicos. Sei que a influencia da internet, o crescimento e fortalecimento de grandes editoras, o acontecimento de grandes conferencias, como a Fiel, tudo isso contribui para esse reavivamento dos estudos teológicos.
Mas, eu temo e tremo, pois sei que há um risco de um motivo a mais ser acrescentado aqui: o desejo pelo status trazido pelo conhecimento teológico. As pessoas admiram os bons teólogos. Eles são chamados para pregar em todo o Brasil, ou no mundo e suas capacidades são elogiadas e invejadas. É encantadora a ideia de ser conhecido e admirado por um conhecimento tão importante e atraente.

Colegas estudantes de teologia, analisemos nossos corações. Será que não estamos depositando as nossas esperanças de felicidade no status e na admiração que o conhecimento teológico traz? Será que o que lhe move a estudar, a escrever, a ter um blog, a fazer um seminário, a comprar livros é o sincero desejo de servir à Igreja, ou é o desejo de ser visto e aclamado pelos outros?

Deixe-me chegar mais perto aqui. O que leva você a estudar teologia são aqueles momentos de rodinhas de debates, aqueles momentos na sala onde você exibirá inteligência, ou conhecer mais a Deus e pregar a Palavra para salvar e transformar vidas?

Meus irmãos, vamos vigiar e orar sempre, pois o saber ensoberbece. A vaidade é um inimigo a ser vencido no estudo teológico. Vamos desejar acumular conhecimento para servir, e não sermos servidos. Vamos conhecer, estudar, buscar um mestrado, ou um doutorado, mas vamos lembrar que a glória é de Deus, toda de Deus, somente de Deus.
Vamos lembrar que Salomão nos ensina que não é o conhecimento que traz a felicidade. Não depositemos nossas esperanças naquilo que o conhecimento pode nos trazer, pois fazendo assim, nós correremos atrás do vento.
A terceira e última tentativa de Salomão para alcançar a felicidade foi:

3. Por meio do PODER, ou pelas riquezas. 

Então, me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho com que me afadigara debaixo do sol (2.20).

 
O versículo 20 contém mais uma vez a palavra “então”. Isso nos indica que Salomão agora está falando de mais uma tentativa para encontrar a felicidade. E agora ele fala do trabalho. No entanto, Salomão não se refere ao trabalho em si, pois não é o trabalho que traz o prazer, mas o seus ganhos. É exatamente o que ele nos explica no verso seguinte.

Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.

Veja como Salomão liga/ um trabalho feito com sabedoria, ciência e destreza ao ganho, pois é o ganho que interessa no trabalho. Ou seja, Salomão entregou-se a trabalhar para acumular riquezas para si.


Riqueza foi o que não faltou a Salomão. De acordo com a Bíblia, o Rei Salomão adquiria mais de 25 toneladas de ouro em um único ano! Na cotação atual, se o ouro de Salomão fosse de 10 K, ele estaria acumulando U$ 579.120.000,00 por ano. A maior empresa do mundo, a Royal Duth Shell, tem um faturamento anual de U$ 458.000.000,00. Ou seja, hoje Salomão seria disparado o homem mais rico do mundo. E certamente o foi em sua época.

Uma vez vi no facebook uma tirinha de vários super-heróis que diziam mais ou menos assim. O Superman diz “Eu voo, tenho visão de laser e sou de aço”. O Homem-Aranha diz “Eu solto teias e subo nas paredes”. O Capitão América diz “Eu sou forte e invencível”. Mas e o Batman, que poder ele tem? Então o Batman sorridente diz “Eu tenho muito dinheiro”.

O que essa tirinha quer expressar é que quem tem muito dinheiro tem muito poder. Quem tem mais é quem manda, quem dita as regras. Assim como o dono da bola manda no jogo, os donos do dinheiro mandam nos negócios, pois o dinheiro traz poder.

Salomão sentiu esse poder em suas mãos. Ele foi o homem mais poderoso de sua época. Todos o temiam, todos o respeitavam por causa do poder advindo da grande quantidade de riquezas que ele acumulava. No entanto, esse poder trouxe felicidade a ele?

Veredito
Os versículos 22 e 23 demonstram duas conclusões de Salomão quanto às riquezas. A primeira é: a riqueza não pertence a nós. Salomão pergunta “que tem o homem de todo o seu trabalho?” Ou seja, o que o homem realmente consegue guardar par si? Absolutamente nada, pois ele morre e perde tudo. Então, a riqueza é um empréstimo com prazo de devolução. Não se leva caminhão de mudança em funeral. A riqueza cedo ou tarde vai embora.
A segunda conclusão foi: não adianta ganhar muito e desfrutar pouco. Ele diz no versículo 23 que todos os dias de trabalho são desgosto. Então, o que adianta correr atrás de riquezas e não poder descansar tranquilo no travesseiro? O que adianta ter tanto dinheiro e não ter paz? A conclusão a que chegamos é: não é o poder, a riqueza que pode trazer felicidade ao homem. Salomão em toda a sua riqueza não encontrou a felicidade, muito menos nós a encontraremos.

Aplicação
Não é pecado ser rico, ou ter dinheiro. Mas é preciso saber que dedicar a vida para acumular riquezas não só é pecado, como também uma grande tolice. Aqueles que se dedicam tanto ao trabalho para ganhar mais e mais dinheiro fazem isso pelo desejo de desfrutar do poder que o dinheiro traz. Mas o que eles não notam é que quem trabalha muito para ganhar muito acaba desfrutando muito pouco do que realmente vale a pena na vida.

Desfrutam pouco da comunhão dos irmãos, do crescimento do filho, das brincadeiras de pai e filho, dos momentos especiais com a esposa, dos preciosos momentos a sós com Deus.

Não estou aqui dizendo que todos devemos parar de trabalhar, mas que cumpramos o mandamento do Senhor que disse “Buscai em primeiro lugar o seu reino e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. Não busquemos ser ricos, não queiramos ser ricos, busquemos sim que Deus reine em nossas vidas e neste mundo. Faça a sua parte, seja um cristão no seu trabalho, na sua família, na igreja, e quem sabe Deus não o abençoará financeiramente.

 A conclusão que chegamos é: não é no prazer que a felicidade está; nem é no conhecimento; nem tampouco no poder.
Sendo assim, onde estará a felicidade? A que conclusão Salomão chegou depois de descobrir que seu desafio havia sido frustrado? Se ele não encontrou a felicidade no prazer, nem no conhecimento, nem nas riquezas, onde então ele descobriu a felicidade? A resposta está nos versículos 24-26.
 

Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?
Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada;

 
Vejam aí no versículo 24 que ele mais uma vez volta a falar do que é melhor. Lembrem que era isso que Salomão objetivava: descobrir o que seria melhor nesta vida, o que dava mais satisfação. E isso é o que é chamado de felicidade.
Sendo assim, vemos aqui que Salomão está dizendo que realmente a felicidade provém das realizações desta vida. O homem é feliz quando come, bebe e desfruta o bem do seu trabalho. Mas note o que ele rapidamente afirma:
 

Isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?

 
Salomão nos afirma: felicidade só existe em Deus. Separado de Deus é impossível que o homem seja feliz. Ele diz “Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao que lhe agrada”.

Vejam, irmãos: Salomão sentiu os maiores prazeres possíveis e está nos dizendo: isso não traz felicidade! Ele foi um homem admirado por muitos pelo seu conhecimento e disse: isso não traz felicidade! Ele foi o homem mais rico e poderoso de sua época, e declara: mesmo assim, nisso não há felicidade!

Ele conclui: felicidade apenas em Deus. É só Deus quem pode trazer real prazer ao coração humano. Como o próprio pensador Blaise Pascal afirmou:
 

O homem já teve a verdadeira felicidade, da qual agora resta nele apenas o sinal e o espaço vazio, que ele tenta em vão preencher com as coisas ao seu redor, procurando em coisas ausentes a ajuda que não obtém nas coisas presentes. Essas, porém, são todas incapazes, porque o abismo infinito pode ser preenchido somente por um objeto infinito e imutável, ou seja, apenas pelo próprio Deus.

 
Ou seja, nosso coração possui um abismo infinito, e nada desse mundo finito pode suprir essa carência, apenas o nosso Deus. Mas as Escrituras também estão repletas dessa verdade:

Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração (Sl 37.4).

 Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo (Sl 42.1, 2).

A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água (Sl 63.1).

Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber (Sl 36.8).

Oh! Provai e vede que o Senhor é bom (Sl 34.8).

Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca (Sl 119.103).

Todos estes salmos refletem a mesma verdade, é só Deus quem pode suprir esse anseio interior por felicidade. Só o nosso Senhor quem pode transbordar em nosso coração com a fé e o amor que está em Cristo Jesus e nos encher de satisfação, de regozijo, de felicidade.

Não é o dinheiro, não é o sexo, o conforto, os bens materiais, o seu marido, sua esposa, seu filho, seus amigos, sua namorada. Nada disso, absolutamente nada disso é capaz de preencher essa carência do seu coração. O motivo pelo qual isso é assim foi dito por Santo Agostinho há alguns séculos atrás:

Fizeste-nos para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansa em ti.

 

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